Ver os outros a jogar faz sofrer Mourinho
Em entrevista, o treinador confessa que, no Tottenham, a maioria dos jogadores está cheia de vontade de voltar a competir nos relvados
Técnico garante que houve vários apontamentos positivos a retirar da paragem competitiva, realçando que o espírito de grupo saiu reforçado com as sessões conjuntas através do Zoom
Em Inglaterra o “Project restart” da Premier League ainda não está fechado. Uma indefinição que vai dando cabo da paciência a José Mourinho. “Sinceramente, o mais difícil para nós tem sido desde que a Bundesliga recomeçou e que Portugal e Espanha anunciaram datas. Porque nós queremos jogar. É duro estarmos a ver os outros a jogar e nós não”, comentou o treinador do Tottenham, numa entrevista exclusiva dada à “Sky Sports”.
Mourinho, apesar de tudo, compreende o rigor que é preciso ter face a à pandemia. “Claro que respeitamos as autoridades, confiamos nelas e na Premier League. Temos que esperar pela decisão e mais nada. Queremos muito voltar a jogar e aguardamos o momento em que nos que é a altura para recomeçarmos”, acrescentou, assegurando que está toda a gente com saudades, “até do cheiro da relva”.
O técnico confessa ter retirado ilações positivas da paragem, destacando “o espíritode grupo” para que funcionassem bem as sessões de trabalho através do Zoom. “Sinto orgulho dos jogadores. Toda a gente sempre a horas, bem dispostos, disponíveis para ficar mais um pouco na conversa após as sessões”, disse. “Foi bom para os conhecer um pouco melhor. Tivemos cães, gatos, bebés, a família... Tivemos muitas coisas a acontecer durante as chamadas, mas foi divertido”, completou
Quanto a dificuldades, relembrou a fase de treinos individuais. “Começávamos às 9h00 e acabávamos às 17h00.
Nessa altura andávamos mesmo estafados. Eu até tinha que andar de bicicleta de um lado para outro, para ver o que se passava de treino nos vários relvados ao mesmo tempo”, contou o treinador dos spurs, brincando ainda: “Houve um período em que vínhamos [equipa técnica] para o centro de treinos e púnhamos sempre uma música dos Rolling Stones a tocar – “Living in a Ghost Town” [A viver numa cidade fantasma], porque era assim que nos sentíamos.”
“Tinha que andar de bicicleta de um lado para o outro, para ver o que se passava de treino nos vários relvados”
José Mourinho
Treinador do Tottenham