O Jogo

Futebol em sinal aberto não é com o Governo

Primeiro-ministro António Costa reduziu transmissã­o televisiva dos jogos a um “problema puramente comercial” de quem detém os respetivos direitos

- MÓNICA SANTOS

Conselho de Ministros trava a retoma da atividade económica e social na Área Metropolit­ana de Lisboa, a única que não tem acompanhad­o a resposta positiva do país na evolução do surto de covid-19

O primeiro-ministro António Costa já enunciara as novidades da terceira etapa da retoma progressiv­a da atividade económica e social do país, à boleia da evolução positiva do surto pandémico de covid-19 em quase todo o território, com a Área Metropolit­ana de Lisboa (AML) como exceção à regra e com o respetivo desconfina­mento travado, quando foi confrontad­o com a questão da transmissã­o dos jogos da I Liga em sinal fechado. Será este um problema também de saúde pública? António Costa respondeu sem deixar cair a bola: “Não. Isso é um problema puramente comercial, de quem é titular dos direitos e que os negoceia livremente”. Foi assim desviado para canto o tema que poderá custar o lugar ao presidente da Liga, Pedro Proença, por ter tentado garantir um final de campeonato em sinal aberto, para evitar concentraç­ões de adeptos em cafés e restaurant­es. Fê-lo sem informar os clubes e tem o lugar em discussão numa assembleia geral marcada para 9 de junho, seis dias depois de aI Liga voltar aos relvados, com jogos à porta fechada. Para quem não pode ver em casa, a boa notícia é que o limite nos ajuntament­os passa de 10 para 20 pessoas, exceto na AML.

A terceira etapa do desconfina­mento não se aplica, por agora, na AML, onde a evolução do surto se distingue “significat­ivamente” do resto do país, onde “está essencialm­ente estabiliza­do”, mas também “não revela uma situação, de forma alguma, de descontrol­o” e o Governo tentarácon­trolá-lacomum“forte reforço das medidas de vigilância epidemioló­gica em particular em dois tipos de atividade” que concentram “um elevado número de focos de infeção”: na construção civil e “num conjunto de atividades que são exercidas por trabalhado­res através de empresas de trabalho temporário”, numa alusão à realidade laboral que se verifica na plataforma logística da Azambuja. Um “reforço de testagem” e medidas não especifica­das de “realojamen­to de emergência”. Enquanto esse trabalho decorre, os centros comerciais e as lojas do cidadão da AML permanecer­ão fechadas, até 4 de junho. Reabrem no resto do país, onde tudo segue como planeado, com o fim do dever cícivo de recolhimen­to.

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Campeonato continua um exclusivo dos canais pagos

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