I LIGA À LUPA
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Comparação dos dados estatísticos coletivos das duas últimas temporadas mostra um FC Porto muito semelhante no desempenho sob a orientação de Sérgio Conceição, com uma capacidade de resistência reforçada
Sublinhar que os números não dizem tudo pode ser soar estranho para começo de conversa, quando se trata das estatísticas do desempenho coletivo do campeonato. No entanto, porventura nunca terá havido uma temporada em que a resistência ao desgaste emocional, tão difícil de traduzir na análise dos dados dos jogos, tenha sido tão importante como nesta que terminará no sábado, com FC Porto e Benfica a discutirem a final da Taça de Portugal na altura do ano em que é habitual jogar-se a Supertaça. O campeão da era da covid-19 e todos os que ficaram pelo caminho para que o FC Porto de Sérgio Conceição tivesse direito a fazer a festa num Dragão de bancadas vazias têm a marca de dois meses extra de competição a entrar pelo período normal de férias, única forma de compensar o tempo em que, entre março e junho, o surtopandémic odes encadeado pelo novo coro na vírus manteve Portugal em confinamento. Desse choque emergiu vitorioso um FC Porto muito semelhante àquele que, um ano antes, vira o Benfica de Bruno Lage celebrar o título. A quebra dos encarnados foi notória e ficou clara nos números, designadamente os do ataque.
Com os mesmos 74 golos de 2018/19, os dragões arrebataram o título. O rival ficou-se pelos 71, a uma distância significativa dos 103 da época anterior, elucidativa acerca do rápido desgaste do modelo do treinador. Do ataque de sonho, apenas João Félix (15 golos) deixou o plantel. Lage não resistiu à erosão dos resultados e acabou substituído pelo adjunto Nélson Veríssimo. A comparação destes dados permite identificar outra marca desta temporada, na típica discussão a três, no topo da tabela: o eclipse do Sporting, que caiu para quarto lugar na última jornada e permitiu ao Braga chegar, mais uma vez, ao pódio. A equipa de Rúben Amorim não tem lugar entre os ataques mais eficazes, marca da orfandade de Bruno Fernandes. O médio partiu para o Manchester United com oito golos e ficou como o melhor marcador do leão.