Uma Liga muito forte
Na discussão sobre a valia da sexta Liga da Europa dou-lhe 16 valores - alta portanto
Asexta Liga mais importante da Europa, a do país que ainda é campeão europeu, é sempre muito discutida e seguramente uma das mais bem escritas do mundo.
Carlos Daniel escreveu no Zerozero.pt que “o campeonato foi fraco e poucas equipas escaparam à mediocridade”. Há dias, o diretor deste jornal defendeu o contrário, ou perto disso. Eu estou mais próximo de José Manuel Ribeiro e sobretudo creio que o campeonato português se continua a modificar. Ainda não temos o número de golos do holandês mas estamos cada vez mais parecidos. Os melhores jogadores não são os defesas, ou raramente o são. Os treinadores estão hoje todos a favor do jogo positivo e os jogadores também. Às vezes acho que falta chispa na Liga, até porque os árbitros continuam a dar muitos cartões (e a marcar penáltis a mais, já agora, com o manicómio a prevalecer). Mas um bom campeonato precisa de competitividade e este teve; precisa de primeiros violinos de orquestra sinfónica e este teve; precisa de drama e este teve, vários.
E teve um campeão sobre o qual se discute o jogo, não certamente o mérito dos seus 82 pontos, exatamente metade em cada volta, prova de regularidade numa prova que é sobretudo isso, de regularidade. A regularidade pontual de Sérgio Conceição nestes três anos - sempre acima de 80 pontos - é mesmo um desafio aos outros treinadores.
Por mim, não querendo ocupar espaço alheio, dou-lhe uma classificação de 16 valores numa escala de 20. Elevada, portanto, mesmo com Aves rastejantes... Uma Liga forte, que resiste a tudo.
Não sei se a pandemia vai alterar os dados - é possível que sim, que altere alguns, pelo menos temporariamente. Já não tenho dúvidas que quando a poeira assentar, Portugal vai estar outra vez entre os melhores. Porque o povo gosta e porque temos a tradição do futebol, de sabermos o que é um bom jogador. De outra forma era impossível ter Eusébio, Figo, Ronaldo e tantos outros.