“Afinal, não era preciso mudar nada”
Presidente do FC Porto afirma a O JOGO que não entrará em loucuras e que não está em eleições para prometer grandes nomes
SAD tentará satisfazer os desejos de Conceição em relação à continuidade de alguns jogadores em final de contrato, mas Pinto da Costa deixa já uma certeza: não fará promessas que não pode pagar
Na ressaca da conquista da dobradinha, a oitava da história do clube, Pinto da Costa explica em O JOGO o plano de ataque para este defeso, admite que Vítor Baía pode vir a ser administrador da SAD, revela que uma época completa sem público nas bancadas poderia significar um prejuízo de 27 milhões de euros e dispara em várias direções, da DGS às forças policiais, sem esquecer alguns analistas de futebol.
Qual será a postura do FC Porto no mercado?
—Será tentar segurar os jogadores que o treinador quiser que fiquem e colmatar qualquer saída com outros que o treinador pense que servem. Não temos de prometer grandes figuras, grandes nomes, grandes loucuras, porque não precisamos. Não o fiz no tempo de eleições e ia fazê-lo agora? Há maneiras de encarar as eleições. Eu encarei-as com toda a naturalidade, não me preocupando com elas, deixando os sócios à vontade para escolher. Continuei a trabalhar calmamente para que a equipa pudesse dar as alegrias que deu a todos os portistas e é isso que conta para mim. Não me esqueço de que houve uma candidatura que tinha como lema do seu programa mudar para vencer. Afinal de contas, para vencer não era preciso mudar nada, porque fomos eleitos mais ou menos há dois meses e nestes dois meses vencemos as duas principais provas. Acho que, agora, mudar só se for para perder. Mas como não queremos perder, não vamos mudar. Vamos manter a estrutura, melhorála no que for possível e continuar a procurar dar grandes alegrias aos sócios, adeptos e claques, nomeadamente os SuperDragões, que foram inexcedíveis.
Dos jogadores que estão no último ano de contrato, há algum que vá renovar?
—Temos um ano para analisar o assunto. Estão todos em igualdade de circunstâncias, porque ainda não falámos com ninguém. Tínhamos de esperar pelo fim da época para ver as necessidades que tínhamos e com o que podemos contar. Agora deixámos os jogadores irem de férias tranquilos e depois trataremos desses assuntos.
Confirma Cláudio Ramos e Zaidu como possíveis reforços do FC Porto?
—Falou-se de muita gente e alguns poderão vir a ser hipótese, outros não têm o mínimo de cabimento, mas nada está tratado. Esta semana vamos ter uma reunião, ver o que precisamos e com o que contamos. Há jogadores de que sei que o treinador gosta, outros nem sequer admitiu. Esta semana trataremos de concretizar aqueles que o técnico pense que são mais necessários.
Uma dobradinha valoriza bastante os atletas no mercado...
—Não faço ideia. É natural. Os clubes gostam mais de comprar quem está habituado a ganhar do que os que perdem; até podem julgar que dão azar. Mas, felizmente, os nossos ganham muitas vezes e, por isso, esse pode ser um fator de valorização.
Há alguma estratégia para segurar os jogadores que o treinador quer?
—A estratégia é ver o que eles pretendem e o que nós podemos fazer. Não vamos prometer o que não possamos pagar, mas estamos interessados em manter a espinha dorsal da equipa e ter um grupo capaz de continuar a competir para ganhar.
Qual será o período de férias dos jogadores?
—A época está marcada para arrancara20desetembro,mas não podíamos começar as férias mais cedo, felizmente, por estarmos na final da Taça. Pensámos que dez dias era pouco tempo para quem teve uma época cansativa e demos 22.
PINTO DA COSTA
“Não temos de prometer grandes figuras, grandes nomes, grandes loucuras. Não o fiz em eleições e ia fazer agora?”
“Renovações? Estão todos em igualdade, porque ainda não falámos com ninguém”
“Cláudio Ramos e Zaidu? Alguns poderão vir a ser hipótese, outros não têm o mínimo de cabimento, mas nada está tratado”
[Futuro de Conceição] “Entretenham-se lá com o fica ou não fica. Olhe, eu acho que a Cristina vai ficar na TVI”