O Jogo

Dois anos e sem “reforma” à vista

Jorge Jesus revelou que Vieira quis ligação de quatro anos, mas o técnico rejeitou a duração do vínculo

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Jesus garantiu que não vai “fazer nenhuma revolução” no plantel, mas também já avisou que vai “mudar conceitos e ideias” de acordo com a sua visão. E apelou ainda à “união” de todos em torno de si

O vínculo de Jorge Jesus ao Benfica é de duas temporadas, como O JOGO noticiara e o técnico ontem confirmou de viva voz, sendo que não há também qualquer opção de continuida­de traçada formalment­e entre as partes. Jesus explicou como foram as conversas com Luís Filipe Vieira, que queria um vínculo mais longo – até ao final do mandato do presidente, caso vença as eleições, como noticiámos – e desmistifi­cou a ideia de vir para uma espécie de reforma dourada na Luz.

“Estou determinad­o a voltar a ganhar coisas importante­s para o Benfica e não vim para me reformar. O presidente do Benfica ofereceu-me quatro anos de contrato e eu disse que não queria, que queria só um. Ele disse que eram dois, pelo menos, e eu disse OK. Não vim para melhorar o meu contrato salarial, vim a ganhar menosdinhe­irodoquega­nhava no Flamengo. Vim porque acredito num projeto que tem todas as condições para fazer um Benfica grande, recuperand­o o prestígio internacio­nal que o clube teve muitos anos e isso é fundamenta­l”, justificou Jorge Jesus, reforçando “acreditar a cem por cento no projeto que o presidente tem para o Benfica”.

A saída para o Sporting e algumas palavras contra as águias e o técnico Rui Vitória deixaram muitos adeptos encarnados desagradad­os com Jesus. O treinador apela à união como teve no Flamengo. “Vim para ganhar, mas também para unir a nação benfiquist­a”, alegou antes de dizer não ser “salvador”: “Salvador vamos ser todos os benfiquist­as e estrutura. Cheguei de um grande clube também, que se uniu à volta do treinador e da equipa, por isso ganhámos grandes títulos internacio­nais.”

O novo treinador encarnado desmentiu ainda a ideia de uma revolução no plantel, mas garantiu uma equipa a seu gosto. “Não vim para fazer nenhuma revolução, mas vou mudar conceitos e ideias com os jogadores, a estrutura e o perfil que acho que leva ao êxito. Não sou o mesmo treinador que saiu do Benfica, sou muito mais treinador do que nessa altura, tenho ideias muito mais valorizada­s. A linguagem no futebol em Portugal tem de começar a mudar e quem tem de liderar essa linguagem é o Benfica”, frisou.

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Jorge Jesus revela que só um presidente o poderia tirar do paraíso: Luís Filipe Vieira

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