Trmal “tem velocidade” de guarda-redes raro
Internacional sub-21 impressiona Gonçalo Xavier, gestor do site “A Última Barreira”, pela facilidade com que reage às situações de perigo, não sendo um problema a estatura elevada
Sem golos sofridos em metade dos jogos que disputou, Trmal lesionouse no começo da retoma da liga checa e, a partir daí, o FC Slovácko só somou derrotas. O Vitória investiu nele um milhão de euros
A fazer lembrar um arranha-céus (mede 1,96 metros), Matous Trmal destaca-se da mediania dos guarda-redes pela rapidez de processos. O guarda-redes de 21 anos, contratado pelo V. Guimarães ao FC Slovácko por cerca de um milhão de euros, não se limita a dominar nas alturas e poderá tornar-se num caso sério de qualidade na baliza dos minhotos. “É muito rápido nas ações. Apesar de ser muito alto, tem uma morfologia leve e por isso desloca-se muito bem dentro e fora da baliza. Só precisa de comunicar mais com quem está à sua frente. É um aspeto que precisa de trabalhar. É um bom guarda-redes em bruto”, avaliou Gonçalo Xavier, técnico de guardaredes e gestor do site “A Última Barreira”, dedicado à análise de quem tem por missão defender as balizas.
Em metade dos jogos que disputou nesta temporada (27), sempre ao serviço do FC Slovácko, da principal liga checa, Trmal não sofreu nenhum golo, sendo esse “um dado assinalável” para Gonçalo Xavier. “Na retoma do campeonato, lesionou-se ao terceiro jogo, aos 17 minutos, num choque com um defesa, e logo depois a equipa sofreu um golo. A partir daí perderam todos os jogos e até já mudaram duas vezes de guarda-redes”, argumentou o especialista em guardiões, certo de que o internacional checo sub-21 “encaixa perfeitamente na lógica de mercado do Vitória: comprar para valorizar desportiva e economicamente”. “Do leste da Europa vêm sempre bons guarda-redes. Tendo em conta o seu potencial e juventude, pareceme uma boa aposta”, juntou.
Por entre elogios a Trmal,
Gonçalo Xavier acha que o guarda-redes “precisa de alguns ensinamentos em termos táticos”, não estando no mesmo patamar de Jhonatan, “já adaptado às exigências do futebol português”. “Até pode começar a época como titular, mas eu não arriscaria já isso. No clube onde estava, não tinha muitas obrigações para além de defender a baliza. Não precisava de ser o primeiro construtor de lances, pelo que não terá muito o hábito de jogar com os pés, como é requerido cada vez mais em Portugal. Na República Checa, batia sempre longo. Tirava partido de uma defesa muito recuada, o que não acontecerá no Vitória. Por outro lado, os jogadores do Vitória estão habituados a guarda-redes líderes, como o Douglas e o Miguel Silva. É muito frio, não passando qualquer tipo de stress para a equipa. Quando sofre um golo, não descarrega a frustração nos companheiros, o que é positivo”, apreciou.
“Quando Trmal sofre um golo, não descarrega a frustração”
Gonçalo Xavier
Treinador de guarda-redes