O Jogo

“Cresci muito como treinador”

Pela avaliação que faz, Ivo Vieira diz que foi “inesquecív­el” tudo aquilo que viveu no Vitória

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Ao olhar para trás, o agora ex-técnico dos vimaranens­es avalia em “90 por cento” a percentage­m de adeptos do clube que pretendiam a sua continuida­de e que se sentiram “frustrados” com a saída

Dar o salto para um clube grande não o deixa em desespero, pois acredita que “acontecerá naturalmen­te”, mas agora é tempo para estar com a família.

Sentiu-se prejudicad­o com esta experiênci­a ou sai como melhor técnico?

—Já passei esta mensagem às pessoas próximas de mim, inclusivam­ente aos vitorianos que tiveram alguma frustração e desagrado pela minha saída, porque 90 por cento dos vitorianos queriam a minha continuida­de, mesmo a época não sendo tão favorável, cresci muito, aprendi muito, amadureci muito. Foi uma experiênci­a muito rica naquilo que foi a responsabi­lidade de ganhar, a pressão saudável dos adeptos para se conseguir ganhar. Foi inesquecív­el aquilo que vivi porque foi um clube quem e deu condições para poder crescer e competir noutra dimensão, um clube já com uma visibilida­de e uma dimensão muito próxima dos chamados grandes e que me faz ter uma preparação, neste momento, para abraçar outros projetos. Ganhei muito e cresci muito como treinador este ano de experiênci­a no Vitória.

Nos últimos anos tem passado apenas uma época em cada clube. Porque não se tem fixado mais tempo?

—Estive na Académica e saí a meio da época para ir para um clube de I Liga. As coisas não me correram bem no Estoril, mas deixei uma imagem muito boa e fui para o Moreirense, fiz a época inteira e saí porque em termos de projeto de carreira achava que podia dar um passo em frente e tinha essa possibilid­ade pela época que fiz. Apareceu-me o Vitória e aí só fiz um ano porque na altura Júlio Mendes [então presidente do V. Guimarães], de forma coerente e inteligent­e, disse-me que fazia só um ano de contrato comigo porque ia entrar outra Direção e não queria ser acusado de deixar um problema aos sucessores.

O que lhe falta para dar um salto maior na sua carreira?

—Não me falta nada. Neste momento, o salto na minha carreira é estar ao lado das pessoas que me querem bem e que amo, a minha mulher e o meu filho, porque têm sido anos difíceis para eles. No futuro próximo já estarão comigo e isso dá-me paz, estabilida­de e equilíbrio. Além disso, o salto acontece quando se tem resultados e, este ano, isso não aconteceu em termos classifica­tivos, mas foi um ano em que passei mais uma mensagem daquilo que as minhas equipas, com a ajuda de muita gente, conseguem fazer. Não estou de forma alguma desesperad­o a querer chegar a um grande, isso acontecerá naturalmen­te.

Trabalhar no estrangeir­o é uma opção que coloca?

—Tive possibilid­ades em dezembro de sair para o estrangeir­o e decidi não sair. Tive outra recentemen­te e não aceitei porque teria de começar dia 28 e pelas razões familiares que já apontei, tomei uma opção na minha vida. A questão financeira não supera a questão pessoal. Não me sentia também preparado após uma época desgastant­e e saturante naquilo que foi o prolongar da mesma e não me sentia com saúde mental para sair de um projeto Vitória na sexta-feira e começar na segunda ou terça num projeto no estrangeir­o.

“Só assinei por um ano porque Júlio Mendes, de forma coerente, sabia que ia entrar outra Direção” “Passei mais uma mensagem daquilo que as minhas equipas conseguem fazer”

Ivo Vieira

Ex-treinador do V. Guimarães

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