DRAMA DOS AMERICANOS
Clubes sentem dificuldades em garantir a vinda dos reforços anunciados, já que as restrições da União Europeia aos EUA continuam e as informações são contraditórias
Secretaria de Estado do Desporto já se ofereceu para servir de ligação entre autoridades e federações, pois o problema estende-se a várias modalidades e nacionalidades. Equipas já treinam e o tempo é curto
Tal como vem acontecendo desde o início da pandemia, as cinco federações com modalidades de pavilhão (andebol, basquetebol, futsal, hóquei em patins e voleibol) juntaram-se para chegar ao contacto com o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) e tentar dar resposta à crescente preocupação dos clubes, em dificuldades com as viagens para Portugal de alguns estrangeiros já contratados.
Existindo um predomínio do mercado norte-americano e continuando a União Europeia a não autorizar viagens não essenciais provenientes dos Estados Unidos, o panorama é mais alarmante para os clubes da Liga Portuguesa de Basquetebol, e em especial para os dois que estão a menos de um mês de disputar a liguilha.Oproblemadaburocracia, não sendo novo, foi agravado pela pandemia, e os dados à disposição das equipas são contraditórios.
“Ainda não entendemos se os atletas vão ser considerados exceção. As informações que recebemos dos EUA, da parte dos atletas que se dirigiram às embaixadas portuguesas, é que não são. Tanto quanto sabemos, só mesmo em situações muito especiais são atribuídos vistos de entrada”, diz-nos João Frazão, presidente da secção de basquetebol da Académica,quejátinhaanunciado o segundo americano para atacar a subida, a 4 e 6 de setembro (Josh McNair), além de Malcolm Richardson, assegurado porque se manteve sempre em Portugal. Os estudantesnãoqueremcorrer riscos – “não fazemos contratos com atletas sem vistos à espera que o SEF os deixe passar” – e têm tentado “resolver com recurso a outros mercados ou a atletas que já estejam na União Europeia ou sejam outras nacionalidades”.
No Póvoa, “a preocupação também é grande, mais pelos constrangimentos no país de origem”, segundo o técnico José Ricardo, que conta ter os dois americanos permitidos para se jogar a liguilha na próxima semana, estando previsto que, à chegada, façam uma manifestaçãodeinteressenos termos do artigo 88 da Lei dos Estrangeiros. Este tem sido o mecanismo mais utilizado pelos clubes para assegurar a vinda de reforços, pois dispensa visto. No entanto, a Federação Portuguesa de Basquetebol espera mais esclarecimentos do SEF para saber se os novos jogadores vão ser considerados trabalhadores normais.
“Ainda não temos essa resposta e já explicámos isso aos clubes. Esse assunto tem sido discutido pelas cinco federa
Richardson é garantia para a Académica, porque ficou em Portugal ções e a Secretaria de Estado da Juventude e do Desporto disponibilizou-se para ser o elo de ligação com o Ministério dos Negócios Estrangeiros e da Administração Interna.
Foi nesse sentido que a federação fez um pedido de informação aos clubes, para eles dizerem que estrangeiros estão a pensar ter. A SEJD não tem a tutela dos vistos, mas
“Tanto quanto sabemos, só mesmo em situações muito especiais são atribuídos vistos de entrada”
João Frazão
“A SEJD não tem a tutela dos vistos, mas vai falar com quem tem para ultrapassarmos os constrangimentos que os clubes estão a sentir”
Helena Oliveira vai falar com quem tem, para ultrapassarmos os constrangimentos que os clubes estão a sentir”, explica Helena Oliveira, do gabinete do presidente da FPB.