O Jogo

DRAMA DOS AMERICANOS

Clubes sentem dificuldad­es em garantir a vinda dos reforços anunciados, já que as restrições da União Europeia aos EUA continuam e as informaçõe­s são contraditó­rias

- CATARINA DOMINGOS

Secretaria de Estado do Desporto já se ofereceu para servir de ligação entre autoridade­s e federações, pois o problema estende-se a várias modalidade­s e nacionalid­ades. Equipas já treinam e o tempo é curto

Tal como vem acontecend­o desde o início da pandemia, as cinco federações com modalidade­s de pavilhão (andebol, basquetebo­l, futsal, hóquei em patins e voleibol) juntaram-se para chegar ao contacto com o Serviço de Estrangeir­os e Fronteiras (SEF) e tentar dar resposta à crescente preocupaçã­o dos clubes, em dificuldad­es com as viagens para Portugal de alguns estrangeir­os já contratado­s.

Existindo um predomínio do mercado norte-americano e continuand­o a União Europeia a não autorizar viagens não essenciais provenient­es dos Estados Unidos, o panorama é mais alarmante para os clubes da Liga Portuguesa de Basquetebo­l, e em especial para os dois que estão a menos de um mês de disputar a liguilha.Oproblemad­aburocraci­a, não sendo novo, foi agravado pela pandemia, e os dados à disposição das equipas são contraditó­rios.

“Ainda não entendemos se os atletas vão ser considerad­os exceção. As informaçõe­s que recebemos dos EUA, da parte dos atletas que se dirigiram às embaixadas portuguesa­s, é que não são. Tanto quanto sabemos, só mesmo em situações muito especiais são atribuídos vistos de entrada”, diz-nos João Frazão, presidente da secção de basquetebo­l da Académica,quejátinha­anunciado o segundo americano para atacar a subida, a 4 e 6 de setembro (Josh McNair), além de Malcolm Richardson, assegurado porque se manteve sempre em Portugal. Os estudantes­nãoqueremc­orrer riscos – “não fazemos contratos com atletas sem vistos à espera que o SEF os deixe passar” – e têm tentado “resolver com recurso a outros mercados ou a atletas que já estejam na União Europeia ou sejam outras nacionalid­ades”.

No Póvoa, “a preocupaçã­o também é grande, mais pelos constrangi­mentos no país de origem”, segundo o técnico José Ricardo, que conta ter os dois americanos permitidos para se jogar a liguilha na próxima semana, estando previsto que, à chegada, façam uma manifestaç­ãodeintere­ssenos termos do artigo 88 da Lei dos Estrangeir­os. Este tem sido o mecanismo mais utilizado pelos clubes para assegurar a vinda de reforços, pois dispensa visto. No entanto, a Federação Portuguesa de Basquetebo­l espera mais esclarecim­entos do SEF para saber se os novos jogadores vão ser considerad­os trabalhado­res normais.

“Ainda não temos essa resposta e já explicámos isso aos clubes. Esse assunto tem sido discutido pelas cinco federa

Richardson é garantia para a Académica, porque ficou em Portugal ções e a Secretaria de Estado da Juventude e do Desporto disponibil­izou-se para ser o elo de ligação com o Ministério dos Negócios Estrangeir­os e da Administra­ção Interna.

Foi nesse sentido que a federação fez um pedido de informação aos clubes, para eles dizerem que estrangeir­os estão a pensar ter. A SEJD não tem a tutela dos vistos, mas

“Tanto quanto sabemos, só mesmo em situações muito especiais são atribuídos vistos de entrada”

João Frazão

“A SEJD não tem a tutela dos vistos, mas vai falar com quem tem para ultrapassa­rmos os constrangi­mentos que os clubes estão a sentir”

Helena Oliveira vai falar com quem tem, para ultrapassa­rmos os constrangi­mentos que os clubes estão a sentir”, explica Helena Oliveira, do gabinete do presidente da FPB.

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