O Jogo

Mais um show de João Almeida

Foi 2.º na etapa e aumentou a vantagem na liderança antes de dois dias decisivos

- CARLOS FLÓRIDO

A Deceuninck-Quick Step deixou ficar Peter Sagan pelo caminho e só Diego Ulissi impediu a festa total de Almeida. O segundo lugar valeu seis segundos de bonificaçã­o, e com um gasto de energias mínimo

“Estou realmente desapontad­o. Durante 12 etapas, a minha equipa foi incrível e queria oferecer-lhes a vitória. Mas isto é ciclismo e demos o nosso melhor. Foi por pouco”, disse João Almeida na conferênci­a de Imprensa da Volta a Itália em Monselice, onde ficou a meia roda do triunfo, conquistad­o pelo italiano Diego Ulissi, que bisou nesta edição e festejou pela oitava vez uma etapa no Giro. O português de 22 anos, que hoje vai entrar no contrarrel­ógio de Valdobbiad­ene envergando a camisola rosa pelo 11.º dia consecutiv­o, está a um de igualar o feito de Giuseppe Saronni, que em 1979 venceu o Giro tendo a mesma idade.

Se a prudência aconselhav­a a reservar forças, a verdade é que, ontem, a Deceuninck­Quick Step fez uma operação quase perfeita. Almeida atingiu os 1090 watts durante o sprint, mas fez uma etapa a uma média ponderada de 209 – poupou mais do que os rivais Kelderman e Bilbao! – e ainda viu a sua equipa eliminar os sprinters. A Bora, de Peter Sagan, deixou Arnaud Démare para trás na primeira de duas subidas de quarta categoria, mas no Muro di Calaone foi a aceleração da equipa de Almeida, conjugada com o ataque de Rúben Guerreiro para vencer a montanha, a deixar o eslovaco descolado.

“O grupo estava muito pequeno na descida e, como tinha três colegas comigo, planeámos a vitória na etapa. Eles foram com toda a força, mas houve outro mais rápido”, contou João Almeida, que ainda recebeu seis segundos de bonificaçã­o pelo segundo lugar – “Foi um bónus”, disse – e aumentou para 40 a vantagem sobre Wilco Kelderman, provavelme­nteamaior ameaça no crono de hoje, com 34,1 quilómetro­s e uma contagem de montanha logo ao sétimo. “Nunca fiz um tão longo, será novo para mim. Se estiver num dia bom, poderei manter a camisola e talvez aumentar a vantagem; num dia mau, irei perder tempo.”

A incógnita, por sinal, estende-se ao próprio Giro. “Já vou para o 11.º dia com a camisola, vai ser interessan­te fazer o crono com ela. Ao fim de tantos dias, talvez eles comecem a achar que a posso levar até ao fim”, disparou Almeida, moralizado como nunca. Entre os rivais, já se admite que o português, segundo no contrarrel­ógio do primeiro dia, será difícil de superar hoje, mas aponta-se a domingo. “Posso perder para especialis­tas, mas no dia seguinte, a subir para Piancavall­o, eles sentirão esse esforço nas pernas”, avisou Nibali.

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PATRICK KONRAD (3.º), JOÃO ALMEIDA (2.º) E DIEGO ULISSI (1.º) SÓ FORAM DESEMPATAD­OS NO PHOTO FINISH

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