O Jogo

“Vou ganhar!”

“O Benfica não aguenta mais quatro anos de Vieira”

- MARCO GONÇALVES

Noronha Lopes

em entrevista a

O JOGO garante que

se perder não volta

a candidatar-se

Confiante, só pensa na vitória nas eleições e em quebrar o ciclo de Vieira. Mas também assume que se tal não acontecer, sai de cena: “Se não ganhar, não voltarei a candidatar-me à presidênci­a do Benfica”

Descontraí­do, animado e otimista, João Noronha Lopes fala em “dinâmica de vitória” capaz de derrotar Vieira.

Tem como lema “Voar mais alto”. É para voar mais alto? Acredita que vai ganhar?

—Acredito. Não estou nestas eleições para me posicionar para qualquer outro ato eleitoral. Entrei para ganhar, não gosto de perder nem a feijões. Há uma dinâmica de vitória, com sinais que são muito positivos. Estamos a crescer.

Caso não vença, volta em 2024 ou sai de cena?

—Nunca na minha vida me posicionei para ser segundo ou uma reserva. Estou nestas eleições para ganhar, vou ganhar e, se não ganhar, não voltarei a candidatar-me à presidênci­a do Benfica. A mudança é agora, o Benfica não aguenta mais quatro anos da liderança de Luís Filipe Vieira. O que está em causa não são 17 anos, é o último mandato.

Perdeu-se o rumo?

—Perdeu-se o rumo no futebol, nas modalidade­s e na gestão, como se viu com a OPA. Gratidão não significa que não se avalie objetivame­nte o último mandato. Se o que temos hoje é o que querem, então votem Vieira; se querem um Benfica que ganhe mais, mais competente, que respeite os sócios, então irão votar em João Noronha Lopes.

Falou de gratidão. Já votou em Luís Filipe Vieira no passado?

—Nunca, até porque estive muitos anos no estrangeir­o. Agora, já reconheci a obra que foi feita. Mas isso não significa que não se faça uma avaliação objetiva do último mandato, desastroso. Vieira não consegue aprender com os próprios erros e não consegue fazer o Benfica ganhar mais, sobretudo na Europa.

Falta uma nova alma?

—Faz falta ambição, alma, energia e uma mudança geracional que leve o Benfica para onde o clube já esteve. Estudamos o clube háváriosme­seseestamo­spreparado­s para no dia seguinte às eleições assumir o clube. DeManuel Vilarinho foi convidado e aceitou o desafio lançado por Luís Filipe Vieira para integrar o Conselho Estratégic­o. Ao mesmo tempo acedeu à chamada de Noronha Lopes para a Comissão de Ética e Boas Práticas. O candidato não se sentiu traído pelo amigo. “É o meu presidente, é meu amigo e vai integrar a minha Comissão de Ética porque vou ganhar as eleições. Surpresa? O que me interessa verdadeira­mente é que Manuel Vilarinho me deu a honra de ter aceitado o convite.”

“Manuel Vilarinho é o meu presidente”

Nos vários ataques a Vieira, Noronha fala de falta de “ambição, alma, energia e uma mudança geracional”

“Perdeu-se o rumo no futebol, nas modalidade­s e na gestão, como se viu com a OPA”

“Não estou nestas eleições para me posicionar para qualquer outro ato eleitoral. Nunca me posicionei para ser segundo ou uma reserva”

“Estudamos o clube há meses e estamos preparados para assumir no dia a seguir às eleições”

pois de Vieira não virá o caos, virá Noronha. Vou ser um presidente em “full-time”, não vou estar preocupado com outros temas que não o Benfica.

Vai conseguir quebrar o ciclo do poder instalado?

—Nãoéa primeira vez quem e candidato contra os poderes instalados. Em 2000 fiz parte da candidatur­a de Manuel Vilarinho num momento decisivo para a história do Benfica, que estava em risco de deixar de estar nas mãos dos sócios. Fiz parte de um grupo que foi dos primeiros a incentivar Manuel Vilarinho a avançar e, nessa altura, toda a gente dizia que era impossível ganhar e derrotar Vale e Azevedo. Sei bem o que é começar este debate contra os poderes instalados e contra alguém que se acha o dono do clube e que

nada pode mudar.

Tem na sua lista elementos com provas dadas a nível profission­al, mas não ligados ao futebol. É um ponto negativo?

—Vejo como ponto negativo é haver uma lista em que são sempre as mesmas pessoas, pessoas que já estiveram e vão voltando ou outras que foram muito críticas de Luís Filipe Vieira. Dá ideia de que é sempre o mesmo carrossel. Temos dois projetos, o projeto de Luís Filipe Vieira, que só fala do passado, não apresenta nenhuma ideia, que está tudo muito bem assim, para quem parece que este mandato vai ser um fardo, um sacrifício. E depois temos um projeto novo, o meu, que reconhece o que de bom foi feito mas que projeta o futuro.

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