O Jogo

Sérgio Conceição “Entender a identidade do clube leva tempo”

AVISO O treinador do FC Porto lamentou “alguma falta de agressivid­ade”, mais evidente nos recém-chegados. É um processo normal, admite, mas que excluirá quem não tiver o que é preciso

- ANA LUÍSA MAGALHÃES

Sem dizer nomes, porque “não há eu ou tu” e assumindo a responsabi­lidade pela perda de “dois pontos importante­s”, o técnico viu uma “resposta” a quem queria mais minutos para os reforços

No rescaldo do encontro, Sérgio Conceição passou uma mensagem forte para o grupo. “Muitas vezes subvaloriz­amos o nosso campeonato. Há bons jogadores e treinadore­s, equipas competitiv­as. É preciso trabalhar e correr. Para entender a forma como nós jogamos e a identidade do FC Porto leva algum tempo. E quem não entender, tenho muita pena, mas não pode fazer parte do nosso grupo”, vincou o treinador dos dragões, para quem o segundo golo do Sporting “foi um pouco a imagem do jogo”. “Houve alguma falta de agressivid­ade que não é normal, principalm­ente destes jogadores mais novos que ainda não estão entrosados. Muitas vezes as pessoas perguntam o porquê de jogarem determinad­os jogadores que já estavam cá e que são mais conhecedor­es do processo, e hoje [ontem] têm a resposta: o segundo golo parte de uma ação em que era preciso mais agressivid­ade na nossa saída para o ataque.”

Pouco depois, já na conferênci­a de Imprensa, Sérgio mostrou-se impaciente com a insistênci­a de questões que visavam identifica­r os nomes dos destinatár­ios destas mensagens. “Falem do jogo, é só polémica.Estouafala­rdaequipa. Somos nós, não há um eu ou tu. A equipa sentiu algum cansaço, foram duas semanas difíceis, com viagens, seleções e jogadores que chegaram no último dia. O responsáve­l é o treinador e estou aqui para assumir a responsabi­lidade”, sublinhou, sem deixar que reforçar de que a adaptação ao FC Porto não é tão fácil quanto isso. “Jogadores que chegaram há dois ou três dias e porque têm grande qualidade e porque vêm de um campeonato fantástico têm que jogar... depois vê-se a diferença quando estão em campo. Mas não é porque não queiram ou porque não saibam, é porque não há essa adaptação”, explicou Sérgio, com a lembrança de que a equipa técnica é “muito exigente e rigorosa”.

A análise propriamen­te dita ao jogo acabou por passar para segundo plano. Sérgio Conceição viu uma “primeira parte muito intensa e, em alguns momentos, muito bem jogada”. “Tivemos situações para fazermos mais golos”, defendeu o treinador. “Na segunda parte, demos mais iniciativa ao Sporting e, nos primeiros 15,20 minutos, perdemos algumas bolas na transição.” Perante o “desgaste”, Sérgio mexeu na equipa, mas admitiu que esta “não melhorou”.

“Tirando o Taremi que criou aquela situação. Tivemos uma ou outra ocasião para matar o jogo, não marcámos e sofremos”, lamentou o treinador, “desiludido” por ter “perdido dois pontos importante­s”. “Provavelme­nte o Sporting está contente”, concluiu.

“Quem não entender a forma como jogamos, tenho muita pena, mas não pode fazer parte do grupo”

“O segundo golo parte de uma ação em que era preciso mais agressivid­ade na saída para o ataque”

”São grandes jogadores, vêm de uma liga fantástica e têm de jogar... depois vê-se a diferença. Não há essa adaptação, é simples”

“Podiámos ter marcado mais golos. As substituiç­ões não melhoraram, tirando aquela ocasião do Taremi”

“Não vivemos de vitórias morais, temos de fazer mais. Somos os campeões mas isso já faz parte do passado”

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Sérgio Conceição não gostou da forma como a equipa sofreu o segundo golo

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