MERCADO NA II LIGA
claro, e mostra que 17 clubes (no Benfica B não houve aquisições, apenas o aproveitamento de recursos internos, o que é uma medida positiva) adquiriram 270 aspirantes a craques, uma média de 16 por clube. Desses, 185 atletas, ou seja, 69% do total, já cá jogavam; do estrangeiro vieram os restantes 85 (31%), percentagens que são as inversas das da I Liga. Nota-se que os clubes fizeram uma aposta no mercado do Campeonato de Portugal (CdP), dando oportunidade de se mostrar a 39 jovens, com destaque para os 6 contratados pelo Varzim. Tenho esperança no sucesso de alguns destes atletas, pois há valores seguros no CdP que podem singrar em patamares mais altos. É preciso é que os olheiros façam bem o seu trabalho, com observações e avaliações cuidadas e rigorosas (não é verem só um ou dois jogos) e descubram quem merece ser aposta – sabendo que futebol não é matemática e há inúmeros factores, objectivos e subjectivos, que condicionam a evolução de um atleta em competições mais exigentes.
O quadro mostra ainda que três clubes (Estoril, Casa Pia e Leixões), ao contratarem 24 jogadores cada qual, estão a recomeçar do zero. Mas esta febre de mudanças radicais e contratações tipo “palete” também se nota noutros emblemas, pois Mafra, Académica, Varzim, Oliveirense (o campeão das entradas de brasileiros, seguido de perto pelo Estoril) e Covilhã fizeram entrar entre 17 e 18 atletas. Será interessante acompanhar a Liga SABSEG para perceber quem vai conseguir atingir os seus objectivos (de subida e de manutenção) de entre os clubes “radicais” (que optaram por alterações profundas nos seus planteis) e os mais “contidos” (que apostaram em mudanças cirúrgicas). Para já, é cedo para tirar conclusões, a não ser que o Académico de Viseu parece a equipa mais débil e que as restantes se vão atrapalhar umas às outras. Pelo menos, será um campeonato mais equilibrado, em que os vencedores terão de lutar até à recta final.