Como ultrapassar na montanha russa
É considerado um dos melhores circuitos do mundo e nasceu em 2008 a pensar receber a Fórmula 1
“É uma pista desafiante e espeta cu lar, tem muitas curvas cegas eé algo atípica em relação às pistas tradicionais, com aquelas elevações todas. Eu gosto e acho que os pilotos de Fórmula 1 também vão gostar”, disse Filipe Albuquerque a O JOGO sobre o Autódromo do Algarve. O campeão mundial e europeu de resistência já lá correu oito vezes e, como piloto que melhor conhece a pista inaugurada em 2008, acertou depressa ao informar que “o grande local de ultrapassagem vai ser a reta da meta”. Foi para aí que a Fórmula 1 apontou a zona DRS, o sistema que muda a aerodinâmica da asa traseira, aumentando a velocidade e permitindo as ultrapassagens.
O circuito do AIA permite 32 diferentes configurações de pista, com perímetros de 3465 a 4684 metros, esta a versão Fórmula 1, embora o Grande Prémio de Portugal anuncie 4653 metros, a multiplicar por 66 voltas, representando uma corrida de 306,826 quilómetros. A pista tem 15 curvas, apenas oito delas com nome, e já foi alcunhado de “montanha russa”, pelas constantes subidas e descidas, que fazem dela uma das mais “divertidas e emocionantes” da atualidade, segundo Tiago Monteiro, que também lá correu.
Monteiro acredita que poderá haver ultrapassagens “em três ou quatro pontos”, que Filipe Albuquerque identifica. Além da reta da meta, serão “a curva 1 e a curva da Torre VIP”. Com o início da zona DRS colocado logo depois da Curva Sagres (a 14.ª), os pilotos vão poder atacar logo à entrada da reta da meta, eventualmente aproveitando uma última curva que Albuquerque diz ser “desafiante, embora feita a fundo”.
Com capacidade para 90 mil espectadores – 72 900 em bancadas e ainda o peão – o Autódromo do Algarve vai ter menos de 40 mil devido à pandemia, mas todos os bilhetes deverão estar vendidos até quinta-feira, provando que a estrutura que custou 195 milhões de euros está mesmo vocacionada para a Fórmula 1. Esta semana será a de estreia, mas pode anotar que em janeiro de 2009 foi fixado um recorde de volta em 1m27,987s, por Sebastien Buemi, com um Toro Rosso. A velocidade máxima (que será medida no final da reta da meta) foi então de 352,9 km/h.