O Jogo

JOÃO CONTINUA A ACHAR DIFÍCIL

O homem que hoje vai somar a 13.ª etapa seguida na liderança do Giro, sabe que vêm agora as grandes dificuldad­es e não acredita poder vencer

- RUI GUIMARÃES

João Almeida sabe que está a fazer história, elogia os tão criticados companheir­os de equipa e até assume que na última tirada não teve pernas para ir atrás dos adversário­s. Segue-se a última semana

“Continuo a não acreditar que posso vencer o Giro e só acreditare­i se chegar ao último dia com a camisola rosa, algo que só será possível se mantiver a consistênc­ia”, disse ontem João Almeida, o português líder da Volta a Itália, numa conferênci­a de imprensa realizada através de uma plataforma digital online.

“Se tiver um dia mau, não há muito que possa fazer. É uma surpresa ainda estar com a camisola rosa, mas acho que se mantiver a consistênc­ia, talvez seja possível. Mas nunca fiz um grande tour, por isso é imprevisív­el. Se continuar com esta consistênc­ia será sempre possível, mas muito difícil”, reforçou João Almeida, antevendo uma última semana “muito dura”.

Almeida garantiu que “não há um plano” para abordar o que falta como um todo e que a estratégia passará por “ir vendo dia a dia todas as etapas”.

O lado positivo é que assegurou gostar da dureza que aí vem. “Gosto deste tipo de etapas, duras, com várias subidas longas. Mas já temos duas semanas nas pernas, vão ser etapas com mais de 200 quilómetro­s e sem dúvida que vai ser um desafio. E eu gosto de desafios”, comentou, lembrando: “O sofrimento faz parte, é passar aquela barreira mental, ir além dos limites. Para mim, é a partir daí que se começa a sofrer, porque ao sofrimento físico já estamos habituados. A mente é que manda, a dor física é tolerável, mas a mental é complicada”.

Relativame­nte à tão falada falta de ajuda por parte dos companheir­os de equipa na Deceuninck, João Almeida, o homem que está a por as Caldas da Rainha e, mais concretame­nte, a freguesia de Ados-Francos, no mapa, foi categórico na resposta. “Sinto que tenho feito história e estou muito orgulhoso da minha equipa pelo trabalho que tem feito. Fazerem mais é impossível. Ontem [an

“Se tiver um dia mau, não há muito que possa fazer. É uma surpresa ainda estar com a camisola rosa” “Sinto que tenho feito história e estou muito orgulhoso da minha equipa”

João Almeida

Líder da Volta a Itália

teontem], senti-me muito bem e ali é mesmo uma questão de capacidade. Simplesmen­te, quando o [Wilco] Kelderman e o Jai [Hindlei] aceleraram, não tive pernas para seguir e era indiferent­e estar com um colega ou não”, desvaloriz­ou o líder do Giro. Continuand­o, o rapaz que está a espantar o mundo do do ciclismo – tem apenas 22 e esta é a primeira grande corrida que faz – referiu: “O Kelderman teve um dia super e os meus companheir­os estavam bem, mas não àquele nível. A verdade é que estoulhes muito grato por tudo quanto fizeram até agora.”

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