“Disse-me que ia tentar bater o recorde do Acácio”
Célio Apolinário, antigo treinador no Cartaxo e Bombarrelense, trouxe Almeida do btt para a estrada
João Almeida esteve no futebol, como muitos outros miúdos, mas achou o BTT mais divertido. Foi aí que o descobriram para o ciclismo de estrada. “Era treinador dos cadetes do Cartaxo. Vi uma prova do João, num percurso duro. Vi que havia ciclista ali, tinha genica, era raçudo... Falei com ele e com o pai e começámos a trabalhar juntos. Logo no primeiro ano, tinha ele 14 anos, faz sétimo na Volta a Portugal, que foi ganha pelo Tiago Antunes [Efapel] e, no ano seguinte, campeão nacional de estrada, de contrarrelógio e na pista. Formámos a equipa do Bombarrelense e perdemos a Volta a Portugal de juniores, mas o João até ganhou no Larouco a competir contra sub-23”, precisou a O JOGO Célio Apolinário, técnicoqueencaminhouoprincípio da carreira do líder do Giro.
Um menino de 22 anos que nunca deu trabalho nenhum. “A única coisa a que eu tinha atenção era para ele não treinar de mais. Sempre teve valor, rolava e subia bem. Era muito trabalhador e interpretava os planos de treino. Fazia três horas na bicicleta e sempre foi muitofocadonosestudostambém. Não é expansivo, mas é uma joia de miúdo”, garantiu Apolinário, lembrando com alguma pena um “desentendimento” que o levou a sair do Bombarral e também à saída de João para o Bairrada com Daniel Viegas, promissor ciclista agora na Kometa.
O desempenho no Giro surpreendeu o técnico, mas o segundo lugar no contrarrelógio inaugural espelhava a ambição. “Antes de ir para a Volta a Itália, o João disse-me que queria tentar bater o recorde do Acácio da Silva e ter a camisola rosa mais do que um dia consecutivo. Estava preparado e sabia que não ia estar longe dos lugares cimeiros. Está a reagir bem e tem grande possibilidade de vencer. Vai lutar até ao último dia”, assegurou.
“Só tinha de ter cuidado para ele não treinar de mais”
Célio Apolinário
Técnico que descobriu João Almeida