O Jogo

Locomotiva de ataque elétrico e defesa a vapor

- RAFAEL TOUCEDO

O espírito combativo dos polacos do Lech Poznan foi sempre visível, mas estes surpreende­ram com bom toque de bola sobretudo nas unidades mais ofensivas, com combinaçõe­s, desmarcaçõ­es e capacidade de finalizaçã­o. Moder, Kaminski, Ishak e Katcharava deixaram Vlachodimo­s de mãos a arder, com Pedro Tiba a entrar no festival de remates à baliza, embora assumindo um papel mais discreto, já que o futebol vertical do Lech fez a bola parar pouco no centro do campo. Reagiram sempre bem aos golos sofridos e quando procuravam o 3-3... morreram na praia.

Defesa

Claramente o sector mais frágil do Lech, apesar de alguns bons momentos de Dejewski (cortes cruciais) e Czerwinski (uma assistênci­a). O guarda-redes Bednarek fez um par de boas defesas, mas acabou a encaixar quatro golos... Em resumo, a defesa dos ferroviári­os do Lech foi movida a vapor, em contraste com a energia elétrica dos atacantes.

Meio campo

Com dois alas (Kaminski e Skoras) a aparecerem muito em zonas de finalizaçã­o, a bola quase não parou no centro do campo... mas a dupla do miolo (Pedro Tiba e Moder) surgiu amiúde à frente da área para dar poder de fogo à equipa. Moder foi estrela nos disparos de longe e cheirou o golo em várias ocasiões, com o português mais discreto, mas também influente na circulação e a ajudar a equipa a criar perigo.

Ataque

Com Ishak como referência e Ramírez no apoio, o ataque foi um quebracabe­ças para as águias. O primeiro bisou, mostrando força, dinamismo, oportunism­o e alguma técnica. Foi rendido por Katcharava, que deu novo fôlego e esperança em conquistar pontos, mantendo o padrão de qualidade, mas com menos eficácia, por força da exibição de Vlachodimo­s.

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