Otamendi lidera com braçadeira
CAPITÃO Experiência e personalidade na base da decisão de Jesus, que surpreendeu toda a gente quando saiu Pizzi
Apesar de haver jogadores com mais anos de casa, foi o argentino a envergar a fita no braço na segunda parte. O passado pouco importa a Jorge Jesus, que escolheu com base noutros argumentos
Após a saída de Rúben Dias e com a lesão grave de André Almeida, o Benfica ficou sem a possibilidade de ter dois dos seus habituais capitães em campo e ontem, após a saída de Pizzi ao intervalo, Jorge Jesus surpreendeu ao entregar a braçadeira ao reforço argentino Otamendi. Isto porque havia jogadores em campo com mais anos de Benfica, argumento que não convenceu o técnico, que defendeu a opção pelo argentino, apesar do seu passado no rival FC Porto, com a personalidade, liderança e experiência que dá às águias no relvado.
“O Benfica queria cinco capitães, mas o passado para mim não é um dado qualitativo, os anos no clube têm alguma importância... mas valem zero. Há outros argumentos. E sem Rúben Dias e André Almeida, ficaram Jardel, Pizzi e Samaris. E faltam dois. Eu decidi que são cinco. Dos novos coloco sempre um como capitão. Escolhi o Otamendi porque tem passado, experiência, fala português e o Vertonghen não”, justificou Jesus, incomodado com as questões sobre o passado do central no FC Porto: “Então só podemos ter jogadores que estejam no clube desde os 10 anos? Para mim o capitão tem de saber transmitir liderança, ter personalidade e experiência. Há sempre um dos que chegam que vai fazer parte e aqui foi fácil. Essa conversa de que jogou no FC Porto... isso tem de acabar.”
Otamendi recordou as suas palavras à chegada ao clube para avisar que vai ser capitão de corpo e alma: “Quero agradecer a confiança, quando cheguei disse que vou defender a camisola até à morte em cada jogo, defenderei e tratarei que a equipa funcione”.
“Os anos de clube valem zero, essa conversa de que jogou no FC Porto tem de acabar”
Jorge Jesus
Treinador do Benfica