BORREGO GREGO DEU BOM BANQUETE SUPERIORIDADE
O AEK não perdia na Liga Europa desde 2011 e dava sinais de uma grande eficácia defensiva, mas o Braga tratou de desmontar os gregos. Público deu uma boa ajuda
Endiabrado, Galeno abriu o ativo de cabeça e assistiu Paulinho, que se estreou a marcar. O ponta de lança não quis ficar atrás e ofereceu o terceiro golo a Ricardo Horta. Braga lidera o grupo com o Leicester
O Braga entrou de rompante na Liga Europa e atropelou o AEK com um resultado desnivelado mas que até podia ter sido ainda mais gordo, porque teve sempre maior volume ofensivo nas duas partes do jogo. Carlos Carvalhal tinha falado no registo imaculado dos gregos, que nesta prova não perdiam fora de casa desde 2011 e que não sofriam golos desde 2017, pelo que o triunfo dos minhotos teve ainda um peso mais significativo. A equipa arsenalista conseguiu o mesmo resultado do Leicester e reparte, assim, a liderança com os ingleses no grupo, naquilo que também é uma motivação extra para o dérbi com o Vitória, no domingo. Galeno, com uma exibição de encher o olho, pontuada com um golo e uma assistência, e Paulinho, que se estreou a marcar esta época e também fez uma assistência, saíram da noite europeia como elementos-chave, num jogo que voltou, em boa hora, a ter adeptos nas bancadas.
Pelo terceiro jogo consecutivo, Carlos Carvalhal repetiu o onze (em 3x4x3) e o Braga entrou bem no jogo, a mandar e a empurrar o AEK para junto da defesa, contando também com a ajuda preciosa do público. Apesar da lotação reduzida, imposta por motivos de segurança, os adeptos aplaudiram uma recuperação de bola ou uma boa jogada, algo que os jogadores sentiram no relvado como uma espécie de energia extra. Os gregos apresentaram-se num 3x5x2, mas na prática defenderam com uma linha de cinco com os recuos de Hélder Lopes e Vasilantonopoulos para junto dos três centrais, pelo que os bracarenses sentiram no início algumas dificuldades para entrar na área, mesmo com combinações rápidas entre os três homens mais adiantados (Iuri Medeiros, Paulinho e Ricardo Horta), bem apoiados pelas descidas constantes de Esgaio e Galeno, sobretudo deste último.
Apesar de ter menos bola, o AEK saiu rápido para o ataque e apostou muitas vezes em lances longos ou mudanças de flanco, de maneira a aproveitar as desmarcações de Ansarifard e Nélson Oliveira. Aliás, o ponta de lança português dos gregos causou calafrios a Matheus por duas vezes na primeira parte, com um cabeceamento ao lado e um remate por cima da barra. No entanto, aos poucos a equipa de Carlos Carvalhal foi conseguindo desmontar o adversário com a colocação de várias unidades no ataque, triangulações e variações de flanco, embora tenha conseguido abrir o marcador numa jogada inesperada. Esgaio cruzou e Galeno marcou de cabeça aos 44’, um lance invulgar do brasileiro, que fez o que Fransérgio, um pouco antes, não conseguira.
O golo em cima do intervalo teve um peso evidente no desenrolar do jogo, porque fez com que oAEKapost assem ais no ataque e abrisse espaços na defesa. Tirando um ou outro lance perigoso junto de Matheus, o Braga dominou os acontecimentos e dilatou com naturalidade o resultado, porque Galeno fez uma enorme diferença na condução de bola e na forma como assistiu Paulinho para o 2-0 (78’ ). Dez minutos depois, em mais uma rápida investida, Ricardo Horta fechou o resultado.