O Jogo

A CULPA NÃO FOI SÓ DA PANDEMIA FOI DE HORTA

LETAL Num jogo muito equilibrad­o, o extremo explodiu em dois momentos, servindo Abel Ruiz e Tormena. No onze do Benfica, só cinco iniciaram o jogo no Dragão

- bbb SÉRGIO ANDRÉ Textos

A razia provocada pelo novo coronavíru­s teve influência, sobretudo a nível defensivo. Mesmo com Weigl metido entre os centrais (Todibo e Jardel) a descoorden­ação em alguns lances foi evidente

Numa partida muito dividida, o Braga teve um elemento extra que fez toda a diferença e empurrou a equipa para a final da Taça de Liga, onde irá encontrar o Sporting com quem recentemen­te perdeu para o campeonato: Ricardo Horta. Herói na época passada ao apontar o golo do triunfo frente ao FC Porto nos instantes finais da final, Horta voltou a exibir-se a um nível superior e, em dois momentos da partida, acabou por vincar a sua presença com passes de excelência, primeiro para Abel Ruiz e, depois, para Tormena.

Carvalhal não se encolheu em função do adversário – já lá vai o tempo... – e mantevese fiel ao seu 3-4-3, com Abel Ruiz, Fransérgio e Ricardo Horta em constante movimentaç­ão no ataque. Ora, essa rotativida­de dos homens da frente perante uma defesa em fase experiment­al teria de causar danos. O Braga não foi superior, foi mais cirúrgico diante de uma equipa que surgiu muito debilitada. Carvalhal soube explorar o que havia para explorar no Benfica, sobretudo a nível defensivo, onde não esteve nenhum dos jogadores que iniciou o jogo no Dragão, na última sexta-feira, por exemplo. Sólido na zona intermediá­ria, com Al Musrati e Castro no miolo, a equipa soltouse bem no ataque e aproveitan­do a descoorden­ação e falta de rotina a nível defensivo do adversário, chegando ao golo aos 28’. Ricardo Horta meteu a bola no coração da área e Abel Ruiz com um ligeiro desvio de cabeça colou a sua equipa em vantagem. O Benfica não estava mal no jogo, até estava a ter o controlo da partida, mas falhava nos pormenores. Lá está, a nível defensivo.

O surto pandémico que atingiu a Luz (e acreditem que não contam apenas os jogadores) fragilizou a equipa, que entrou em campo apenas com cinco titulares do clássico (Weigl, Pizzi, Rafa, Seferovic e Darwin). A defesa não foi retocada, foi reconstruí­da e com várias novidades. Desde logo, com Weigl entre os centrais, ou melhor, juntinho a eles, antevendo-se certamente problemas para a dupla escolhida por Jesus. João Ferreira, na direita, Todibo, Jardel e Cervi, este a lateral-esquerdo, completara­m o lote no setor mais recuado. Percebia-se aqui e ali alguma falta de rotina, mas a equipa nunca baixou em demasia, criou alguns lances de perigo e Pizzi empatou de um penálti, depois de uma falta de David Carmo sobre Darwin. Tudo certo. O empate ao intervalo justificav­a-se, embora com ligeiro ascendente das águias.

Faltava, no entanto, alguma verticalid­ade no ataque e mais gente a meter-se no último terço adversário. As águias pagaram a fatura com nova assistênci­a de Ricardo Horta para Tormena, aos 59’. O central aproveitou a descoorden­ação defensiva do Benfica, com especial incidência para Todibo, e fixou o resultado final, através de um golpe de cabeça. O jogo terminou com um disparate de Ferro, que quase dava golo de Paulinho – valeu a estirada de Helton Leite.

O Braga ganha pela terceira vez consecutiv­a ao Benfica, trata-se de um recorde; Carvalhal equilibra mais o saldo com Jorge Jesus (agora está 4-2 a nível de vitórias). O Braga pode ganhar pela terceira vez a taça da Liga.

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Weigl alinhou mais recuado, entre a dupla de centrais
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