O Jogo

Jorge Jesus “Foi uma semana muito complicada”

BALANÇO Treinador do Benfica conta como a covid-19 obrigou ao distanciam­ento entre os seus jogadores

- FREDERICO BÁRTOLO

Afirmando perentoria­mente que o onze da águia chegava para vencer, assinala erros defensivos de uma linha de quatro pouco rotinada num jogo em que se achou melhor do que o rival

Uma semana difícil, com casos de covid-19 em barda no Seixal, obrigou a adaptações do treinador Jorge Jesus, que até se viu sem equipa técnica em Leiria. “Tivemos dificuldad­es físicas e isso notou-se nos últimos 15 minutos, o nosso pior período e com o Braga a ganhar. Foi uma semana muito complicada. Foram 26 casos de covid-19. Não é só ficar infetado, é o ambiente, teres de estar isolado, só te encontrare­s dentro do campo. Treinámos a horas diferentes, mexe psicologic­amente. Estão a morrer 200 pessoas por dia em Portugal devido à doença e isso deve fazer doer o coração a todos”, revelou, falando da incerteza em estar no banco: “Fiz três testes num dia. Não tenho sintomas. Estou bem, mas isto vai tocar a todos. Ando no meio deles todos. Espero bem que não, mas é o provável”.

Não foi pelas ausências que, para Jesus, a partida se decidiu. “No jogo não se notou muita diferença. O Benfica esteve melhor na primeira parte. Até aos 60 minutos, foi uma equipa consciente e mais perigosa. Sofremos golos nos quais faltou rotina dos laterais em fechar o espaço. Tivemos uma linha de quatro completame­nte nova, mas não foi por isso que não ganhámos. Os golos do Braga nem eram oportunida­des e não conseguimo­s controlar duas situações fáceis”, disse, realçando dois jogadores: “Temos trabalhado o Cervi a lateral precavendo a covid-19 e surpreende­ume pela positiva. O Weigl jogou na linha de defesas e resultou na perfeição.”

Sem responder à provocação de Sérgio Conceição, que viu euforia dos encarnados no empate no Dragão, Jesus destaca a dureza dos próximos tempos: “A lei determinou que tínhamos de ir a jogo. A consciênci­a que tenho é que fizemos o suficiente para ganhar o jogo. Falhámos nos pormenores. O futuro assusta porque 18 jogadores já tiveram o vírus. Não sei como vai ser. O jogo de hoje [ontem] foi mais fácil do que gerir uma família que anda afastada uma semana”.

“Tivemos uma linha de quatro completame­nte nova, mas não foi por isso que não ganhámos. Os golos do Braga nem eram oportunida­des”

“Fiz três testes num dia. Ando no meio deles. Isto vai tocar a todos. As 200 mortes por dia no país devem fazer doer o coração a todos”

“Fizemos o suficiente para ganhar o jogo. O jogo foi mais fácil do que gerir uma família afastada”

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Sempre ativo, Rafa tenta romper entre os adversário­s Castro e Sequeira

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