O Jogo

Os bons hábitos de Ricardo Horta

- José Manuel Freitas

1 COVID OBRIGA A MUDANÇAS

Podia começar por Ricardo Horta, outra vez figura maior como na final anterior. Bons hábitos, diria. Opto por olhar para a meia-final que levou, novamente, o Sp. Braga ao jogo decisivo, pela estratégia utilizada por Jorge Jesus. Dizimado pela covid nas opções defensivas – nem um jogador disponível do habitual quarteto –, o treinador apostou numa defesa a três, com Weigl (jogou muitas vezes assim no Dortmund), entre Todibo (uma das surpresas) e Jardel, com o duplo objetivo de poder, quando os minhotos pressionas­sem muito na frente, defender com cinco e ao colocar João Ferreira e Cervi (sem nenhum defensor disponível foi a solução) impedir que Galeno e, particular­mente, Ricardo Esgaio andassem em terrenos muitos avançados. Se relativame­nte ao lateral direito isso foi possível, porque o argentino esteve muito interventi­vo, na lateral contrária nem por isso.

“Quando a bola sai dos pés de Ricardo Horta, vai tão redondinha que até apetece beijar. Parece destinado a brilhar mais na prova”

2 MUITOS ATAQUES, DEFESAS SOFRÍVEIS

Como se previa, o jogo foi tu-cá-tu-lá no que diz respeito ao desenvolvi­mento ofensivo. A qualidade dos jogadores convidava a isso e não se fizeram rogados. Aliás, o jogo merecia ter tido mais golos – Darwin e Fransérgio foram traídos pelos ferros –, Matheus teve duas defesas fantástica­s, Helton nem tanto, podendo até afirmar-se ofensivame­nte as equipas estiveram bem melhor. Como se explica, por exemplo, que Abel Ruiz tenha “penteado” a bola no golo inaugural, entre o terceto central da Luz ou que Todibo tenha sido enganado por Tormena no 2-1? Isto sem esquecer a forma bastante impreviden­te como David Carmo fez penálti sobre Darwin…

3 SP. BRAGA VENCEU MUITO BEM

É tempo, então, de Ricardo Horta, que parece destinado a brilhar ainda mais na competição – os leões já sabem o que os espera. Aos cinco do meio campo que o Benfica utilizou (a partir das substituiç­ões não houve organizaçã­o…), ripostaram os minhotos com o seu trio habitual, mais Horta, que jogando mais por dentro do que na ala, confundiu imenso um rival que teve Taarabt demasiado preocupado com Fransérgio, um Pizzi sempre bem policiado por Castro e Al Musrati, um 6 que não há na Luz. Por isso, o Sp. Braga venceu bem. Porque a bola quando sai dos pés de Ricardo Horta vai tão redondinha… que até apetece beijar!

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