O Jogo

DGS VISA LABORATÓRI­O

Imbróglio que travou Sporar e Nuno Mendes no clássico enfureceu o Sporting, que disparou contra a Unilabs. Autoridade de saúde lava as mãos na decisão

- BRUNO FERNANDES RAFAEL TOUCEDO RUI MIGUEL GOMES

A Direção-Geral da Saúde emitiu um comunicado a atirar para cima do centro de testes oficial o ónus da decisão final de impedir a utilização do duo alegadamen­te “falso positivo”, por falta de resposta atempada

O enredo da novela dos falsos positivos de Nuno Mendes e Sporar, e da sua não utilização no clássico de terça-feira, foi ontem adensado com um comunicado da Direção-Geral da Saúde (DGS) a lavar as mãos e a atirar a responsabi­lidade da sua decisão final para cima do laboratóri­o Unilabs-Portugal, por falta de resposta a assumir por escrito que se trataram, de facto, de falsos positivos.

“A Autoridade de Saúde territoria­lmente competente solicitou por escrito ao diretor médico da Unilabs-Portugal informação sobre se os resultados analíticos dos dois jogadores constituía­m falsos positivos, não tendo obtido resposta em tempo útil”, comunicou ontem a DGS, justifican­do não ter dado luz verde para a sua utilização.

O Sporting ontem ironizou com a demora (ver texto à parte) e o diretor médico da Unilabs, António Maia Gonçalves, remeteu uma eventual reação para o dia de hoje, manifestan­do – num breve contacto à noite com o nosso jornal, entre consultas – que os afazeres profission­ais, com um turno que o levou a trabalhar praticamen­te dia e noite desde o estalar da polémica, o mantiveram afastado do desenrolar dos acontecime­ntos em causa.

Testados pela Unilabs antes do Rio Ave, Nuno Mendes e Sporar deram positivo nas análises de PCR e foram afastados imediatame­nte do grupo, falhando esse encontro. No entanto, perante testes de antigénio internos com resultados em contrário, o leão testou os dois atletas noutros dois laboratóri­os (não os repetiu na Unilabs), nos quais os PCR deram também negativo. Após conversas entre as partes nas quais, alega o Sporting, o laboratóri­o terá assumido o erro, e depois com as autoridade­s regionais, o clube convocou os jogadores e o verniz estalou perante as críticas e queixas veementes do FC Porto. Nesse dia (segunda-feira), à noite, Maia Gonçalves disse a O JOGO que não teve contactos com os leões e não assumiu qualquer erro, mas desde então o clínico não voltou a manifestar-se publicamen­te. Ao contrário do presidente leonino, Frederico Varandas, também profission­al médico, que no fim do clássico disparou contra Maia Gonçalves e DGS, tendo dado conta de uma nuance no pedido desta última: “O documento que era necessário para falsos positivos já não chegava para a DGS, queria que o laboratóri­o assinasse um documento de que houve um erro laboratori­al.”

“A autoridade solicitou informação de falsos positivos, sem resposta em tempo útil”

Direção-Geral da Saúde

Comunicado

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Organismo liderado pela Diretora Geral Graça Freitas considerou que não recebeu a documentaç­ão necessária

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