O Jogo

“PORTUGAL FOI A SORTE GRANDE”

O fixo Thales Feitosa mudou-se esta temporada para o Candoso e mostra-se feliz por estar naquele que considera o “Brasil da Europa”

- FILIPA MESQUITA

Sem conseguir realizar o sonho de representa­r a seleção do Brasil, o atleta tornou-se internacio­nal pela Geórgia. Foi “uma boa decisão”, acredita, e tem vontade de atingir o próximo Europeu

Thales Feitosa tem 32 anos e um longo percurso no futsal. Começou no Brasil, onde represento­u vários clubes, mas cedo viajou até ao frio do Leste da Europa, a fim de ganhar experiênci­a. Começou no Cazaquistã­o, seguiram-se a Rússia e a Sérvia e, esta temporada, tal como diz, fixou-se no “Brasil da Europa”, em Portugal, para representa­r o Candoso.

O futsal é, definitiva­mente, a paixão do fixo. “Comecei por jogar futsal, mas também tive experiênci­a no futebol, durante três temporadas, dos 12 aos 15 anos, numa equipa do Brasil. Depois dessa experiênci­a, voltei para o futsal pelo constante contacto com a bola, que é o que me fascina”, começou por contar o brasileiro.

A primeira experiênci­a fora do país de origem não foi planeada e, no início, não foi tão fácil como Thales gostaria. “Nunca tive o objetivo de jogar fora do Brasil, até porque lá o futsal é muito bom em termos de divulgação e de campeonato. Mas, fui convencido pela minha esposa a sair e a conhecer coisas novas, e acabou por correr bem. No entanto, no Cazaquistã­o, foi uma experiênci­a estranha e difícil. Por estar sozinho, inicialmen­te, e por ser muito diferente do que estava habituado: desde o idioma à comida, ao frio”, recordou o atleta que superou esse desafio de adaptação e, hoje, admite que acabou por ser uma “boa experiênci­a na carreira”.

Depois, seguiram-se a Rússia e a Sérvia, experiênci­as mais fáceis, esta última agridoce. “No segundo clube na Sérvia, no Estrela Vermelha, devido à pandemia, houve problemas financeiro­s no clube. Fomos campeões, mas estive lá durante três meses sem jogar e sem receber, porque não podia viajar para o Brasil. Foi difícil”, revelou Thales, para quem a mudança para Portugal foi “a sorte grande”. “Tinha algumas propostas de outros clubes na Sérvia, mas estava cansado dessas histórias dos problemas financeiro­s e preferi mudar para um país onde, embora ganhe menos, sei que é certo. É um lugar bom, um lugar muito parecido com o Brasil, e fui muito bem recebido pelo clube e pelos meus vizinhos”, contou o fixo, para quem, ainda hoje, o mais difícil são as “saudades de casa”.

Esta época, Thales é um dos melhores marcadores do Candoso - ocupa a 13ª posição com 15 pontos -, com 15 golos em 18 jogos. Um registo que espera “dobrar”, convicto de que a equipa vai conseguir “manter-se no principal escalão da modalidade”. Apesar da nacionalid­ade brasileira, o fixo nunca teve oportunida­de de jogar pelo país de origem, mas, surgiu a hipótese de representa­r a Geórgia e agarrou-a. “Foi o guarda-redes da seleção da Geórgia, que foi meu adversário na Rússia, quem me fez o convite, porque precisavam de um fixo. Achei um bom desafio e aceitei”, recordou. Atualmente, um dos objetivos de Thales é levar a Geórgia a “um Campeonato da Europa”.

“Tinha propostas na Sérvia, mas estava cansado dos problemas financeiro­s”

Thales Feitosa

Fixo do Candoso

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Depois de uma experiênci­a difícil na Sérvia, Thales preferiu a segurança do futsal português

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