O Jogo

UMA EXIBIÇÃO INCRÍVEL QUE EMBATEU NO POSTE

Portugal esteve à altura do “vice” mundial, mas teve duas exclusões e dois remates falhados no final. Agora tem de bater a França

- CARLOS FLÓRIDO

A Seleção Nacional fez no Egito uma das mais entusiasma­ntes exibições da sua história e terminou um jogo memorável frente à Noruega, vice-campeã mundial, com Rui Silva a acertar no poste do seu lado direito aquela que seria a bola do empate. Portugal acabou por perder (28-29), mantendo o segundo lugar no Grupo III do main round, mas ficando agora obrigado a bater Suíça e França – caso não surjam surpresas, num Mundial que tem sido fértil em desfechos inesperado­s – para garantir um lugar nos quartos de final. Foi um desfecho inglório para uma partida emocionant­e, uma das melhores do Mundial até agora, como o ilustram as seis reviravolt­as no marcador.

Tendo um histórico deprimente frente aos nórdicos – duas vitórias, a última em 2003, e oito derrotas, praticamen­te todas por mais de seis golos e uma por 13! –, a equipa de Paulo Jorge Pereira assinalou o 50.º jogo deste como selecionad­or (28 vitórias, 4 empates, 18 derrotas) de uma forma tão brilhante que os pontos se decidiram em detalhes – é verdade, Portugal esteve à altura de uma das potências dos últimos anos e isso é uma boa notícia.

Entrando concentrad­a, a equipa nacional foi levando a melhor até aos 6-5, com André Gomes a fazer três golos, um deles numa inacreditá­vel “aérea”. Depois, e face a dois ataques rápidos dos nórdicos, o técnico mudou a equipa, e alterou o bloco defensivo Gilberto-Daymaro-Alexis, com dois efeitos: Miguel Martins entrou fantástico e empatou duas vezes o jogo, Cavalcanti entrou mal e foi pelo seu lado que a Noruega se adiantou. Mesmo assim, foi uma falta atacante de André Gomes a transforma­r o possível 15-15 no pior 14-16 ao intervalo.

No segundo tempo, e com

Portugal já castigado pelas exclusões, os norueguese­s chegaram aos quatro golos de vantagem (17-21 e depois 2024) e pensaram ter a partida controlada. Erro. Com Fábio Magalhães a dirigir bem o ataque, Paulo Pereira a apostar finalmente no 7x6 e Humberto Gomes a fazer cinco defesas seguidas, o jogo virou quando Salina fez o 27-26. Aos 54 minutos tudo era possível, mas exclusões de Salina e Iturriza (a terceira) e dois remates falhados decidiram a favor de uma Noruega que já tinha a estrela Sagosen de cabeça perdida. O jogo acabou com o remate que poderia valer o empate, mas... Rui Silva acertou no poste!

“Foi um jogo rápido e duro. Tivemos o controlo e ele foi-se em dois minutos”

Christian Berge

Selecionad­or da Noruega “Estou triste, porque podia ter ganho, e orgulhoso pelo jogo que fizemos”

Paulo Jorge Pereira

Selecionad­or de Portugal

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André Gomes entrou demolidor e colocou Portugal na frente com três dos seus quatro golos em nove minutos
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