O Jogo

Merecíamos mais e Humberto muito mais

- Ricardo Costa

Ébom começar por dizer que a Noruega é uma grande equipa – medalha de prata nos mundiais de 2017 e 2019 – ,mas que ontem defrontou outra equipa ao seu nível. O finalista vencido dos últimos dois mundiais andou quase sempre na frente do marcador, mas Portugal nunca entregou o jogo e merecia muito mais. Não fizemos um jogo excecional e essa é uma das razões que me deixa otimista para o que aí vem. O jogo começou com a agressivid­ade habitual em ambas as defesas, com os atletas a procurarem intimidar e marcar posição; os árbitros decidiram segurar o jogo da maneira mais fácil, que era dar “dois minutos” e acalmar ambas as equipas. A dupla espanhola cometeu erros normais, mas continuo a achar exagerado o número de exclusões e, nesse aspeto, Portugal saiu prejudicad­o. Com tanta exclusão, ainda assim soubemos defender quase sempre bem em inferiorid­ade e, nesse período, no ataque, encontramo­s forma de contornar a dificuldad­e. O problema de Portugal durante a primeira parte foi não conseguir travar o ponto forte da

Noruega: a transição ofensiva. Ora pressionam­os em cima, abrindo espaços, ou recuávamos até aos seis metros e não defendíamo­s o primeiro 1x1. Alexandre Cavalcanti não esteve feliz neste capítulo e Paulo Jorge teve de voltar a André Gomes. Rodámos a equipa nessa primeira parte e, desta forma, preparamo-la para estarmos bem na parte final; julgo que essa estratégia foi bem delineada e, a perder por apenas dois golos ao intervalo, estava tudo em aberto. No segundo tempo, sem João Ferraz e Diogo Silva – fora da convocatór­ia – e Belone Moreira sem poder defender, fomos “obrigados” a jogar com Fábio Magalhães desse lado. O jogo tornou-se um pouco mais previsível e os inícios do ataque começavam sempre na direita, pelas mãos do Miguel Martins. Nesta fase do jogo coube ao central organizar e finalizar e, como o selecionad­or não podia prescindir do Miguel, lançou ainda Rui Silva. Esta dupla fez-nos ganhar profundida­de e velocidade. Nos últimos dez minutos, e quando tudo se decidia, Humberto Gomes entrou para amargar a vida de Sagosen, com uma exibição memorável. Voltamos a atacar 7x6 e desta vez de uma forma exemplar. Estivemos perto, muito perto. Portugal não sai com pontos deste jogo, mas sai mais forte do que entrou. O Mundial só agora começou. Eu acredito!! Força Portugal!

A dupla espanhola cometeu erros normais, mas continuo a achar exagerado o número de exclusões e, nesse aspeto, Portugal saiu prejudicad­o

 ??  ??

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Portugal