O Jogo

“HÁ UM ANO E MEIO ISTO ERA IMPENSÁVEL”

Fábio Magalhães, o mais internacio­nal dos portuguese­s em atividade e terceiro de sempre, falou em exclusivo a OJOGO, garantindo acreditar nas vitórias frente a Suíça e França

- RUI GUIMARÃES

“De Portugal temos sentido um apoio incrível. Não sei se é do confinamen­to, mas agora ainda se nota mais”

“Temos sempre o nervosismo do jogo, mas ao longo da minha carreira sempre consegui manter a calma”

Fábio Magalhães

Lateral esquerdo da Seleção

O “cérebro”, ou, pelo menos, um dos “cérebros” do 7x6 de Portugal, avisou que os helvéticos também jogam muito bem nesse sistema e referiu-se a Andy Schmid como uma pedra fulcral da Suíça

Portugal volta a jogar hoje, pelas 14h30, para o Mundial de andebol. Em pleno main round e com o objetivo de chegar os quartos de final, a Seleção Naciona lvai de frontar um adversário que nem era previsto estar no Egito. “A Suíça tem feito Mundial muito interessan­te, vieram sem contar [desistênci­a dos Estados Unidos, devido a 17 casos de covid], mas desde o início fizeram excelentes jogos. Ganharam logo à Áustria e, com a Noruega, mas sobretudo com a França, fizeram muito boa figura. É uma equipa que depende muito do Andy Schmid e também joga um excelente 7x6, com o Schmid a decidir”, assim descreveu Fábio Magalhães o adversário luso desta tarde. E Portugal, que frente à Noruega voltou a jogar muito bem em superiorid­ade no ataque, voltará a esse sistema e teremos um duelo entre seleções a jogar 7x6? “Se o professor decidir utilizar... Com a Noruega correu bastante bem, mas depois é uma questão mental, porque se falhamos aos seis metros começamos a deixar de acreditar”, respondeu o lateral esquerdo de 32 anos, jogador do FC Porto.

A derrota de anteontem, por um (28-29), frente à Noruega, em nada belisca os interesses da equipa. Nem a moral. Foi Magalhães quem o garantiu a O JOGO. “Dependemos só de nós. Jogámos contra uma das melhores equipas do mundo e podíamos ter ganho, foi por pouco que não o conseguimo­s e isso só tem de nos dar motivação para ganhar à Suíça e, com a França, temos conseguido ganhar nos últimos tempos, e é tentar voltar a fazê-lo e chegar aos quartos de final, o que será incrível”, atirou o meia distância, para quem “não cometer os mesmos erros, melhorar a finalizaçã­o aos seis metros e tentar não levar exclusões que podem ser evitadas”, poderão ser as chaves do êxito.

No jogo frente à equipa medalhada de prata nos dois últimos dois mundiais – França’2017 e Alemanha e Dinamarca’2019 – Fábio Magalhães conseguiu uma exibição notável, facilmente comprovada pelos números, com quatro golos e seis assistênci­as. “Sou o mesmo desde o início, com a Islândia estive bem a defender, no último jogo pude atacar, correu bem e espero manter o nível. Mas ainda nem tinha reparado nisso. Estou aqui para ajudar, o meu objetivo é ajudar a equipa a passar à próxima fase”, garantiu o jogador natural de Braga, que é o atleta em atividade mais internacio­nal de sempre: tem 145 jogos pela seleção A, com 299 golos, e um total de 246 internacio­nalizações e 662 golos. Nos jogos totais pelas Quinas, só tem dois atletas à frente, Eduardo Filipe, com 271 jogos e 1005 golos; e Carlos Resende (253 e 1349).

“Já ando aqui há muito tempo e há um ano e meio isto era impensável. Ao longo destes jogos, destas vitórias, vou acreditand­o cada vez mais, o Miguel Martins diz-nos muitas vezes isso [quer ser campeão do Mundo], mas, por agora, acho que temos mesmo condições de ganhar estes dois jogos, estamos muito confiantes”, concluiu Fábio Magalhães.

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Fábio Magalhães fez quatro golos à Noruega e ainda assistiu para mais seis

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