Quando a festa tinha adeptos
Na final da época passada, ninguém imaginava como a pandemia de covid-19 mudaria o cenário do jogo
A 25 de janeiro de 2020, Braga viveu uma noite de festa, primeiro na Pedreira, onde 23 794 assistiram à final com o FC Porto, e depois nas ruas da cidade. Em março, mudou tudo e não houve outra noite assim
A final da Taça da Liga recupera a memória de um marco insólito: a vitória do Braga nos descontos do jogo decisivo com o FC Porto, há quase um ano, foi a última conquista de um troféu com público a vibrar na bancada, e depois nas ruas da cidade minhota. Os registos indicam que 23 794 adeptos estiveram na Pedreira a assistir à conquista do troféu pela equipa da casa, ponto de partida para uma noite de festa ruidosa e luminosa, como é costume. Ouera. Desdeentão, os títulos do futebol deixaram de ter adeptos na fotografia. Em março do ano passado, a pandemia de covid-19 mudou as regras, empurrou Portugal (como outros países) para o confinamento geral, e o futebol só regressou em junho, com regras apertadas para a conclusão da I Liga e à porta fechada. Foi com bancadas desertas que o FC Porto completou a caminhada para a vitória nocampeonato, venceua final da Taça de Portugal, frente ao Benfica, e depois a Supertaça, adiada para dezembro. Esta noite, em Leiria, com o país novamente confinado, para travar a propagação do contágio pelo novo coronavírus, os adeptos estão, mais uma vez, remetidos para o sofá. A boa notícia, para os protagonistas, é que, ao contrário do que aconteceu nos últimos encontros entre as equipas de topo, desta vez, a covid-19 parece ter dado tréguas aos finalistas: Sporting e Braga já se defrontaram, esta época, desfalcados de vários jogadores. Esta final a quatro ficou mesmo manchada pela polémica que estalou entre FC Porto e Sporting devido a falsos positivos no plantel leonino, com trocas de acusações a colocar em causa a credibilidade de responsáveis clínicos, no momento em que o país atravessa a pior fase desde que a covid-19 desarrumou a normalidade.