Tóquio avança e vacina anima
Cancelamento foi notícia “fabricada” e sinal de divisões no Japão. Porta fechada é provável
Com uma média de seis mil casos positivos e 72 mortes diárias, o Japão vive os piores dias da pandemia e terão sido as divisões no Governo a gerar a notícia da anulação dos Jogos, a seis meses do arranque
A abertura dos Jogos Olímpicos de Tóquio’2020 continua a estar marcada para 23 de julho (e encerramento a 8 de agosto), tendo o Governo japonês e o Comité Organizador desmentido a notícia do “The Times”, anunciando um cancelamento e a candidatura nipónica à edição de 2032. “Foi fabricada”, disse Yasuhiro Yamashita, presidente do Comité Olímpico do Japão relativamente à notícia, que apelidou de “errada e ridícula”. Apostando nas críticas ao prestigiado jornal britânico, os japoneses deixaram para segundo plano outra evidência: algum membro do governo, uma coligação liderada por Yoshihide Suga desde setembro passado, deu a informação errada, sinal de divisões internas.
Tendo rendido um primeiro-ministro marcante, Shinzo Abe, o mandato de Suga está longe de ser pacífico. O seu programa GoTo, de descontos nos transportes internos, para estimular a economia, foi criticado e anulado, por se considerar que espalhou o vírus. Depois, um jantar de final de ano em que não se respeitava o distanciamento agravou a sua situação e a aprovação do Governo tombou de 74% em setembro para uns atuais 42%. Quanto aos Jogos Olímpicos, 80% dos japoneses não os querem, por temerem mais um agravamento da pandemia.
O Comité Olímpico Internacional (COI) reforçou ontem, a seis meses da abertura, que os Jogos de Tóquio se vão manter, mas no Japão já se coloca a hipótese de não existir público, nem com as medidas de segurança recentemente testadas. A decisão ainda irá ser tomada, assim como aumentará a pressão sobre a vacinação das delegações. Nunca podendo ser exigida, já começa a ser recomendada.
“Em fevereiro serão publicadas as regras para uns Jogos seguros”
Comunicado COI