Desporto sem espaço para preconceitos
No webinar sobre “Mulheres, desporto e igualdade”, a secretária de estado da cidadania e igualdade defendeu a aplicação de quotas como forma de acelerar a mudança sobre a igualdade de género Fernando Gomes, líder federativo, anunciou a criação da platafo
O lugar da mulher também é, decididamente, no desporto. Para que a mensagem passe e os preconceitos findem, a Federação Portuguesa de Futebol (FPF) vai criar a plataforma “Futebol para Todas”. “Este novo instrumento permitirá, como em outras áreas de intervenção da FFP, denunciar qualquer tipo de discriminação de género, de raça, orientação sexual ou discriminação de pessoas com deficiência. As denúncias serão acompanhadas e punidas dentro do quadro normativo da federação”, anunciou Fernando Gomes, presidente da FPF, na sessão de abertura do webinar “Mulheres, desporto e igualdade”, promovido pelo organismo. “A federação nunca deixará de lutar pela igualdade e será sempre um ator de primeiro plano”, vincou Fernando Gomes.
“A prática desportiva não é neutra na igualdade de género”, reconheceu Rosa Monteiro, secretária de Estado para a Cidadania e a Igualdade. Tendo em conta que “as raízes históricas profundas e a mudança não se faz de um dia para o outro”, a governante defendeu o uso de ferramentas igualitárias. “Temos de ter intervenções multissetoriais, mas não ter receio de ferramentas que já estão testadas e que comprovaram serem eficazes, como é o caso dos limites de paridade e de representação equilibrada, as ditas quotas, sendo que quotas são sempre para minorias e as mulheres não são minoria”, afirmou.
Da parte da secretaria de Estado da Juventude e do Desporto, João Paulo Rebelo elencou os programas governamentais que promovem uma prática inclusiva, sendo que os contratos-programa assinados têm prevista a majoração de projetos “que promovam a igualdade de género”. Destes, o Programa Nacional de Desporto para Todos triplicou a dotação orçamental, fixando-se, em três milhões de euros. João Paulo Rebelo lembrou que este programa registaram uma participação feminina na ordem dos 45%, “um número que positivamente contrasta com a média de 30% de participação feminina que temos nas federações olímpicas”.
Também a aumentar está o
“A FPF nunca deixará de lutar pela igualdade e será sempre ator de primeiro plano”
Fernando Gomes
Presidente da FPF
número de atletas federadas na FPF. Duplicou durante os últimos nove anos (está nos 11324) e há 24 competições femininas de 12 seleções nacionais.