Nacional em risco de ser iô-iô
N ão há volta a dar: entre os muitos desastres e despistes registados numa Liga NOS que mais parece uma montanha russa de emoções desde o fundo até ao pódio, a viagem obriga a que se pare para ver o choque do Nacional, cujo primodivisionário conserto se torna mais e mais improvável, mesmo com um perito da casa chamado Manuel Machado. Depois de sofrer com estrépito a oitava derrota seguida no campeonato aos pés de um formidável Santa Clara, novo desaire teve selo de nova tareia numa doença sem cura à vista: em dois jogos com o novo treinador, os madeirenses sofreram dez (!!!) golos e somaram, bem entendido, zero pontos. Isto, recorde-se, antes de receberem na próxima ronda um FC Porto que já não precisa de binóculos para ver o Sporting no primeiro lugar e vai dar tudo pela recuperação heroica. Afundados nas catacumbas do último posto da tabela classificativa, os insulares somam 21 pontos, estão a três do lugar para o play-off de despromoção – ocupado pelo “vizinho” Marítimo –e a quatro do Boavista, o primeiro acima da linha de água. Mas, mais do que ser último e correr sérios riscos de sofrer a degola da descida, o Nacional vê em risco a estabilidade na liga dos maiores que o caracterizou durante o novo século, indiciando que a sua despromoção em 2018/19 (a primeira em 17 anos) poderá não ter sido episódica. Além disso, importa não esquecer – e já aqui foi escrito –, que persiste o “SOS Madeira”, uma vez que os maritimistas estão longe do descanso, correndo a Pérola do Atlântico o sério risco de ficar sem clubes na Liga NOS pela primeira vez neste século. A saúde financeira dos clubes e do próprio Governo Regional da Madeira, que tanto incrementou o desporto local, é inescapavelmente afetada pela pandemia e a capacidade de recrutamento dos insulares anda longe dos dias em que garimpava valor. Assim, o Nacional tem acima de tudo de contrariar o perigo do sobe e desce, sob pena de virar um clube... iô-iô.