Dragão conservador diz adeus de bicicleta
Odesfecho da semana passada deixou desde logo forte interrogação quanto ao modo como o FC Porto abordaria esta segunda final com o Chelsea: apostaria Sérgio Conceição numa equipa, vá lá, atrevida, com criatividade no “miolo” e dois homens no ataque, eventualmente, até, com o confiante Toni Martínez, como forma de obrigar os londrinos a terem de defender o resultado ou apostaria o treinador portista numa maior concentração de futebolistas na zona nevrálgica, procurando com aproximações a zonas de tiro dos seus médios desmontar uma defesa que já se sabia poderosa? Mal se soube qual o onze dos dragões, percebeu-se que a aposta visava a batalha tática, na procura da equipa ter mais bola e impedir os “blues” de dominarem como tanto gostam. Agora, jogo terminado e em que tudo é mais fácil para quem está de fora, o jogo só teve balizas (e mais a atacada pelo FC Porto) na parte final, já depois dos vários melhoramentos ofensivos levados a cabo por Sérgio Conceição, daí resultando o espetacular golo de Taremi – o mais bonito pontapé de bicicleta desta edição da Liga dos Campeões, na linha de execução daquele de Ronaldo pelo Real Madrid à Juventus – e esse deliberado conservadorismo portista, quando se pedia uma razoável dose de risco, reduziu, severamente, as hipóteses do campeão nacional seguir em frente e deixou o Chelsea confortável na sua função defensiva. O jogo de ontem deixou claro que aqueles dois erros de há oito dias tiveram peso drástico na decisão da eliminatória e fica aquele amargo de boca por ver seguir em frente uma equipa de milhões, que em nada foi superior a quem, comparativamente, tão pouco investe, mas sem aquela dose de “loucura” que por vezes as equipas têm de ter, nada feito. E é nesse sentido que, por mérito, o FC Porto devia seguir na bicicleta de Taremi para as meias-finais.
Sérgio Conceição optou pela discussão tática e como o Chelsea pouco arriscou… esteve sempre mais confortável