Sabor a pouco
O FC Porto sai da Liga dos Campeões de cabeça erguida, mas sem conseguir evitar a frustração de saber que este Chelsea estava ao alcance
Ogolaço tardio de Taremi no jogo de ontem acentua o sabor amargo de uma eliminatória que, voltou a ficar claro, estava ao alcance do FC Porto. De resto, isso mesmo já tinha ficado evidente na partida da primeira mão, desequilibrada a favor dos londrinos por dois erros individuais que acabaram por determinar o desfecho dramático de 180 minutos de futebol onde nunca foi evidente o tremendo fosso que separa as duas equipas em termos de recursos. Aliás, prova disso mesmo é o facto de o FC Porto ter sido “apenas” a segunda equipa a conseguir vencer o Chelsea nos 18 jogos que os “blues” levam sob o comando de Thomas Tuchel: mais do que conseguiram equipas da dimensão do Atlético de Madrid, do Liverpool ou do Manchester United. Claro que essa constatação é fraco consolo no momento de dizer adeus à Liga dos Campeões, mas o percurso que trouxe os dragões até aos quartos de final, a forma como conseguiram impor-se a colossos como a Juventus ou bater o pé ao Chelsea pode muito bem servir de combustível para o que resta de temporada. Livre da sobrecarga de jogos que a multiplicação de frentes lhe impôs até agora, o FC Porto entra para a fase decisiva do campeonato finalmente em igualdade de circunstâncias com os rivais e com a certeza de que quem olha nos olhos de gigantes sem ter de se pôr em bicos de pés não tem motivos para duvidar de si próprio na comparação com iguais.