Oportunidade de ouro para sacudir a energia negativa
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Há jogos que valem mais do que três pontos. O de ontem era desses. Porque se seguia a uma série negra de cinco derrotas; porque era o primeiro de Bino no nosso estádio, seguido a uma estreia desastrada; porque era contra um clube que estava lado a lado connosco na tabela. Importava muito ganhar. E ganhou-se. Ontem ficou à mostra o maior dos futuros trabalhos de Bino: mexer com a cabeça dos jogadores. Tudo na nossa exibição, desde a forma tímida como muitas vezes tentávamos sair a jogar, passando pela linguagem corporal dos jogadores, até à própria postura coletiva em campo, demonstra um estado de espírito pouco dado a vitórias: ansiedade, intranquilidade e até alguma tristeza. A equipa precisa (e não é de agora) de uma injeção de alegria nas veias. Precisa de acreditar no que vale. De confiar em si própria. E curiosamente o jogo de ontem é até a prova de que a equipa tem mesmo razões para acreditar. Jogámos contra uma boa equipa. Não tinha visto muito do mais recente Santa Clara, mas está à vista que este já tem pouco que ver com aquele que goleámos na primeira volta. Há ali muito bons jogadores e trabalho de casa feito, daí o trajeto de trás para a frente que têm feito. A verdade é que não produzimos um futebol de encher o olho e, no entanto, ganhamos. E ganhámos porque tivemos o talento suficiente para isso. O Vitória tem jogadores para jogar muito melhor do que tem feito. Mas para isso acontecer é preciso que os jogadores acreditem em si. O jogo que se segue é bem mais exigente, mas também é uma oportunidade de ouro para sacudir de vez a energia negativa e conseguir, no que resta da época, a melhor classificação possível e construir o que pode ser uma boa rampa de lançamento para o próximo ano.
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A direção anunciou que pediu a marcação de uma assembleia geral com vista a discutir “temas de reconhecido interesse e o presente e futuro da instituição”. É uma boa decisão, que coloca as polémicas mais recentes no sítio certo. E é uma decisão inteligente porque retira as questões levantadas do centro da arena mediática, num período crítico para o clube em que a concentração de todos deve estar voltada unicamente para o sucesso desportivo. Isto, não obstante nova investida do jornalista Rui Santos que chegou ao ponto de “pedir” via TV a demissão do Presidente da Direção. Deve haver quem ache que pôr um não vitoriano a pedir demissões de alguma forma fragiliza o Presidente do Vitória. Eu acho que quem pensa assim se engana…
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Para a semana começa a fase de acesso à novel liga 3 em que participa o Vitória B. Gorado o difícil objetivo de regressar à Segunda liga, é fundamental que o Vitória consiga algo que está ao seu alcance, assegurando um bom patamar competitivo para as suas jovens promessas. A Moreno e aos seus rapazes, toda a sorte do mundo!
A equipa precisa (e não é de agora) de uma injeção de alegria nas veias. Precisa de acreditar