“OS CARROS APITAM PARA ME SAUDAR”
João Rodrigues continua a viver “dias magníficos” e a receber felicitações atrás de felicitações, depois da histórica vitória alcançada domingo na Volta ao Algarve
O ciclista da W52-FC Porto destaca a abordagem ambiciosa e o espírito de vitória que foi incutido desde o início, bem como o facto de ter ficado com o mesmo tempo do camisola amarela na etapa da Foia
João Rodrigues continua a ser alvo de infindáveis manifestações de apreço, recebendo felicitações através de chamadas telefónicas, mensagens, via redes sociais e mesmo em plena estrada. “Nestes dias tenho ido treinar e até os carros apitam para me saudar”, conta o recente vencedor da Volta ao Algarve, aludindo aos parabéns que lhe são endereçados a cada esquina e a todo o momento. “Têm sido dias magníficos, com abordagens de muita gente, inclusive na rua. É um excelente reconhecimento por esta grande vitória”.
O caso não é para menos, porque o algarvio de Faz Fato (Tavira) escreveu história: há 15 anos que um português não ganhava a mais internacional das provas de ciclismo que se realizam em solo luso. E nunca um algarvio conseguira inscrever o seu nome na lista de vencedores. “Se já caiu a ficha? Sim, vai caindo, aos poucos. É difícil gerir…vencer a Volta ao Algarve era um desafio, tinha esse desejo, perante grandes equipas e grandes referências mundiais, mas havia sempre uma margem entre o querer e o conseguir. Foi agora e é algo de muito especial”, refere João Rodrigues, que voltou de imediato à estrada e aos treinos, privilegiando também o descanso. “Tenho dormido bem, sem problemas. Quando chega a hora o telemóvel vai para o silêncio e é tempo de repouso”.
A vitória coletiva sorriu igualmente para os portugueses, com a equipa de João Rodrigues, a W52-FC Porto, a subir ao lugar mais alto do pódio. Uma jornada inesquecível, mas cujo segredo, opina o ciclista, até é simples. “A abordagem que fizemos foi fundamental. Estávamos mentalizados de que podíamos vencer e não queríamos desperdiçar a oportunidade para deixar a nossa marca. Esse espírito foi incutido desde o início e a partir da Foia toda a equipa trabalhou para mim”, reconhece o algarvio, lembrando que o facto de ter ficado com o mesmo tempo do camisola amarela veio a ser determinante. “O coletivo foi excelente, já o disse. No último dia, a caminho do Malhão, quando metemos cinco homens no grupo da frente…está tudo dito!”.
As quedas de Rui Costa, que era um dos favoritos e teve de desistir, bem como a de Ethan Hayter, o então líder que ficou fragilizado após o crono de Lagoa, não escaparam à análise de João Rodrigues. “O azar deles, se calhar, foi a minha sorte. Mas tudo podia acontecer e isto faz parte do ciclismo”.
“A caminho do Malhão, quando metemos cinco homens no grupo da frente… está tudo dito!” “Vencer a Volta ao Algarve era um desafio, tinha esse desejo, perante grandes equipas e referências”
João Rodrigues
Vencedor da Volta ao Algarve