O Jogo

Argumento reserva época excitante para o Braga

- Miguel Pedro

C omeçaram já a aquecer os motores para o arranque da próxima temporada 2021/2022. No que respeita à maioria dos clubes (plantéis) que irão participar na I Liga, quase parece uma segunda temporada da liga passada. Na verdade, do que me lembro, nunca o mercado de transferên­cias esteve tão parado e, relativame­nte aos quatro primeiros classifica­dos do ano passado, mantêm-se os treinadore­s e a esmagadora maioria dos jogadores. Por isso, tudo indica que a temporada que se inicia será uma espécie de continuaçã­o daquela que terminou. Mas, os argumentis­tas desta série introduzir­am para esta segunda temporada algumas variáveis narrativas que poderão fazer a diferença no desenlace final. Desde logo, os argumentis­tas estão a prever o mais do que desejado regresso do público às bancadas. Dizem os que mais especulam sobre estas matérias que o sucesso do Sporting na época que terminou muito se ficou a dever à ausência do público nas bancadas, pois o clube teve um começo menos bom, foi mesmo eliminado precocemen­te da Liga Europa por um clube pouco conhecido e, dizem alguns, com público nas bancadas, a jovem equipa sportingui­sta teria o nervosismo a jogar contra si, o que, aliado ao manifesto mau perder de Rúben Amorim, poderia fazer com que os resultados tivessem sido distintos. Este ano haverá público e – nisso há total unanimidad­e – será bom para todos. O Sporting, herói inesperado da temporada transata, surge este ano no papel principal e, por isso, já todos saberão com o que contar: é o campeão em título, sendo, por isso, o favorito de entre os três do costume. No que respeita ao Braga, o argumento narrativo afigurase promissor: os mais atentos entenderão perfeitame­nte os reforços, dentro do modelo e das ideias de jogo de Carvalhal, que privilegia um futebol positivo, intenciona­lmente ativo e aceleradam­ente reativo, com uma profunda intensidad­e competitiv­a, como, de resto, se comprova pelas recentes estatístic­as tornadas públicas pela LPFP, que demonstram que o Braga foi a equipa da Liga com maior média de tempo útil de jogo (o que me deixa particular­mente feliz, pois, para mim, o antijogo é o maior dos vilões do futebol). Ainda serão escritas algumas páginas sobre saídas de jogadores, pois o plantel bracarense está algo “gordo”, mas fica, para já, a ideia de que será uma época de continuida­de e de aprofundam­ento das ideias bem vincadas de Carvalhal. Se os argumentis­tas não exagerarem nas lesões ao longo da época, poderemos esperar uma temporada bem excitante para o SC Braga. Mas

O plantel está algo ‘gordo’, mas fica a ideia de que será uma época de continuida­de e de aprofundam­ento das ideias bem vincadas de Carvalhal

sabemos que os argumentis­tas gostam de pregar partidas e de introduzir verdadeiro­s “plot twists”, reviravolt­as narrativas destinadas a criar tensão no argumento e a surpreende­r os espectador­es. E a próxima temporada da Liga será igualmente marcada por este enredo que colocou esta semana Luís Filipe Vieira fora da presidênci­a do Benfica. Será, também, este um motivo de grande interesse nesta narrativa infindável que é o futebol português: qual o impacto da saída do histórico presidente na performanc­e competitiv­a do plantel na próxima temporada da Liga portuguesa? Não percam os próximos episódios.

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