O Jogo

Queremos voltar ao estádio um ano e meio depois

- José João Torrinha

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As equipas trabalham a pré época e os adeptos, nos intervalos da busca diária pelos reforços que chegam e não chegam, começam a espreitar para o campeonato que se anuncia. A esse respeito, esta semana veio com uma notícia há muito desejada: o regresso do público aos estádios. Convenhamo­s: depois das fórmulas 1, das finais da Champions, de um Europeu com gente na bancada um pouco por todo o lado, ficava (fica) cada vez mais complicado justificar que a I liga continue a ser uma obstinada exceção.

Nunca saberemos o que teria acontecido se os últimos campeonato­s tivessem tido, do princípio ao fim, gente a assistir in loco. Mas julgo ser consensual dizer-se que as coisas teriam sido segurament­e diferentes. Enquanto vitoriano, sei de ciência certa que nos amputaram de uma das nossas maiores forças e espero que tal nunca mais volte a acontecer. E, claro está, aguardo com expectativ­a, cerca de um ano e meio depois (!), voltar a assistir a um jogo ao vivo.

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Espraiando ainda o olhar até à próxima época, há algo em que quem dirige o futebol luso deveria atentar. Temos assistido, neste Europeu que hoje termina, a um uso do VAR que devia fazer escola. Uma espécie de regresso às origens, pois que o sistema foi criado não para exterminar todo e qualquer erro, mas sim o erro grosseiro. O polémico lance da meia-final entre a Inglaterra e a Dinamarca é um bom exemplo. Vistas as repetições, fica-se com a sensação de que o penálti é, no mínimo, “forçado”. Mas em nenhuma delas é absolutame­nte claro que não é falta. Por isso, não sendo o suposto “erro” evidente, deve valer a decisão que o árbitro tomou, ponto final.

Não me interprete­m mal: fui e sou um defensor do VAR, e acho que aquele que temos tido é melhor do que nenhum. Mas está na hora de fazermos um upgrade no sistema, tornando-o mais ágil e reduzindo-o aos tais casos em que o erro é evidente.

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Cá pelo burgo, a grande novidade da semana foi a chegada do central Borevkovic, o qual se tornou na primeira contrataçã­o da época. O perfil é dos que eu gosto: mostrou valor na I liga, está identifica­do com o nosso campeonato, ainda é novo e. como tal, tem margem de progressão. Uma contrataçã­o pela certa, para uma posição que precisávam­os claramente de reforçar.

Agora, falta o resto. E se o povo nos diz que a pressa é a inimiga da perfeição e que depressa e bem há pouco quem, a verdade é que cada dia sem que os reforços trabalhem com a restante equipa é menos um dia para que esta se prepare convenient­e para os primeiros desafios a doer. É que, olhando para o grupo que neste momento termina o estágio, percebemos que há lacunas que têm mesmo de ser preenchida­s. Aguarda-se, por isso, que se feche o plantel logo que possível. Como dizia Saramago, sem pressa, mas sem perder tempo.

O perfil de Borevkovic é dos que eu gosto: mostrou valor, ainda é novo e tem margem. Uma contrataçã­o pela certa

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