O Jogo

Rui Costa promovido com o aval de Vieira

Antigo camisola 10 já estava designado como substituto em ata da Direção desde novembro, mas equaciona ser legitimado através de eleições

- VÍTOR RODRIGUES

Pouco antes de suspender o seu mandato, devido à sua detenção no âmbito da operação “Cartão Vermelho”, o anterior líder das águias concordou com uma estratégia que teve em conta os patrocinad­ores

Muitas têm sido as interrogaç­ões em torno da substituiç­ão de Luís Filipe Vieira por Rui Costa na presidênci­a do Benfica, até pela falta de referência do agora ex-vice-presidente ao anterior líder, detido no âmbito da operação “Cartão Vermelho”, e pelo anúncio oficial como se de um presidente permanente se tratasse. Segundo O JOGO apurou, a estratégia sempre apontou nesse caminho e a escolha foi ratificada precisamen­te por Vieira e em dois momentos.

Logo depois das eleições de outubro, que reconduzir­am Luís Filipe Vieira como presidente das águias, a primeira reunião de Direção e respetiva ata, datada de 9 de novembro, incluiu o registo de um substituto para uma eventual ausência do líder. Rui Costa foi o nome inscrito na ata, mas também foi o avalizado nos últimos dias pelo próprioVie­ira, através do seu advogado, quando estava detido para interrogat­ório nas instalaçõe­s da PSP, acusado de ter lesado o erário público em 100 milhões e ter desviado dinheiro da própria SAD.

Tendo em vista a imagem do Benfica, sobretudo aos olhos dos grandes patrocinad­ores (como Emirates e Adidas, por exemplo), foi decidido internamen­te, e com a concordânc­ia de Luís Filipe Vieira, que Rui Costa seria um presidente anunciado como permanente, até pela demora do processo judicial de que o exlíder é alvo principal e que poderá arrastar-se para lá do mandato atual (2024). “Quero transmitir uma mensagem de confiança aos nossos colaborado­res, aos nossos parceiros, aos nossos comerciais, financeiro­s, mas, acima de tudo, aos nossos sócios, como também aos nossos acionistas, como presidente da SAD”, afirmou Rui Costa na tomada de posse.

Porém, e não sendo assunto a ser tratado no Plenário dos Órgãos Sociais agendado para amanhã – de cariz ordinário (de quatro em quatro meses é realizado) e não extraordin­ário –, do qual está previsto que saia uma mensagem de união por parte da esmagadora maioria dos presentes em torno da liderança de Rui Costa, este não se mostra cómodo com a simples substituiç­ão presidenci­al. “Saberei ouvir as mensagens dos benfiquist­as, colocando os interesses do clube à frente”, garantiu no mesmo discurso e que, segundo apurámos, mostra a intenção de ser legitimado pelos sócios. Embora seja decisão da Mesa da Assembleia-Geral, Rui Costa não concorda com a realização de eleições no imediato, pretende primeiro dar estabilida­de ao plantel no arranque da época e só depois de eventualme­nte garantida a entrada na fase de grupos da Liga dos Campeões, irá equacionar esse cenário, que vê como necessário para cimentar a sua liderança.

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Rui Costa, o novo líder interino, assistiu ontem ao triunfo da equipa de hóquei feminino na Taça de Portugal
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