Festejos do título esperam resposta
Termina hoje o prazo para o inquérito que investiga a atuação policial nas celebrações do fim do jejum
Acaba hoje o prazo de 60 dias para a finalização do inquérito pedido pelo Ministério da Administração Interna (MAI) sobre a atuação da polícia nos festejos do Sporting. O caso gerou trocas de argumentos entre a Câmara Municipal de Lisboa e as entidades de segurança, com Fernando Medina a questionar a permissão da polícia perante a “perturbação da ordem pública”, já depois de o edil lisboeta ter sido criticado pelo facto de a Juventude Leonina, claque verde e branca, ter usado o direito à manifestação, informando mesmo o município da ação. A PSP afirmou ter dado parecer negativo ao desfile feito ao longo da cidade, considerando que o uso do autocarro a céu aberto motivaria os adeptos a aglomerarem-se, o que veio a ocorrer.
Além da violência e dos elevados confrontos com a polícia pela noite dentro, seja em Alvalade seja depois no Marquês de Pombal, o dia do título leonino está a ser apontado como uma bomba de contágio da variante Delta e o evento mais decisivo para o agravamento da pandemia na Área Metropolitana de Lisboa, que apresentou um pico no índice de transmissibilidade no dia 17 de maio, ou seja cinco dias depois dos festejos do título, período que é generalizadamente considerado como de incubação ao vírus, constatandose, portanto, que um forte contágio terá ocorrido no dia 12, ou seja a noite e madrugada dos festejos do campeonato e do fim do jejum leonino após 19 anos. Ontem, foram comunicados 2323 casos de covid-19, elevando o número total de infetados desde o início da pandemia para 907.974. O boletim epidemiológico de ontem revelava mais oito mortes, perfazendo um total de 17.156 óbitos por covid-19.