Ugarte: parceiro para Bragança
\\ Como Álvaro Magalhães pôs o português a “dar ao chinelo”
Técnico quer os dois médios-centro a dominar as vertentes defensiva e ofensiva, corresponder na ocupação de espaços, nas dobras, na organização e na criação. Processo semelhante ao de Bragança
Sem João Mário para atacar 2021/22 e com João Palhinha como alvo apetecível no mercado, Rúben Amorim vai continuar e intensificar o processo de moldagem de Daniel Bragança, que chegou a utilizar várias vezes no lugar do médio que mais se destaca na ocupação de espaços e nas recuperações, e espera fazer o mesmo com Ugarte, o alvo leonino que deve fechar as investidas no mercado, salvo algumavenda por valores substanciais que permita novo investimento imediato no plan- t e l o u uma reposição. O Sporting vai avançar para a compra do médio uruguaio do Famalicão e Amorim vê nele características técnicas já evoluídas, mas quer aproveitar as físicas (força e potência) e a sua intensidade para uma futura dupla dinâmica no miolo, pois o técnico entende que, com dois médios centro, devem ambos dominar as vertentes defensiva e ofensiva. Os testes de fim de época, sem Palhinha e João Mário e com Bragança e Matheus Nunes, já foram a pensar num futuro sem a dupla que foi titular em 2020/21.
A SAD vai perdendo a fé num grande negócio de venda neste defeso, para o qual contava com Nuno Mendes ou até com João Palhinha em caso de maior necessidade, pois o médio é fundamental na equipa e a prioridade é mantê-lo mais tempo no plantel. A montra da Liga dos Campeões, porém, é vista como um palco de afirmação internacional que pode dar dividendos... no mercado de janeiro. E quando chegar o momento de Palhinha sair e ajudar o clube mas nas finanças, Rúben Amorim quer ter jogadores completos no miolo, sabendo a dificuldade em encontrar um substituto à imagem do internacional português. João Mário, nesse capítulo, ficava aquém, aumentando a exigência defensiva para Palhinha, à qual este correspondeu com mestria e competência, acabando por se notabilizar e dar nas vistas. Amorim vê mais factível uma dupla dinâmica do que a substituição pura e dura de um trinco por outro, sendo que confia para o sucesso desse plano, também, num coletivo inteligente, rotinado e rápido na tentativa de recuperação de posse e com bom posicionamento para encarar as transições defensivas e travar os contra-ataques rivais.
No Famalicão, Ugarte jogava a oito quando os minhotos atuavam com um trio no meio, mas tinha mais obrigações defensivas quando jogavam em dupla no miolo. E cumpria sempre em alta rotação, uma das características mais apreciadas em Alvalade. Essa intensidade, com o potencial e a sua juventude (tem apenas 20 anos), são fatores que levam Amorim a querer moldar e aperfeiçoar Ugarte, torná-lo mais completo e inteligente taticamente e com isso mais competente defensivamente. Quanto a Matheus Nu
Futuro: Amorim sabe que não há outro Palhinha e já pensa em dupla dinâmica
Intensidade: uruguaio é visto como um box-to-box defensivamente com potencial para evoluir tatica e
nes, a visão de Amorim é que servirá mais para romper linhas, segurar a bola em situações difíceis, mas com menor margem para crescer na ocupação de espaços e na recuperação de bola. Em estágio com a equipa está o trinco Rodrigo Fernandes e o oito Bruno Paz, mas o técnico não os vê a darem conta do recado e a assumirem a responsabilidade de equilibrar a equipa, defender e ajudar na organização e na criação de jogo, numa época exigente de defesa do título e com Liga dos Campeões. Caso se perspetive que não vai dar certo, há ainda tempo até ao fecho do mercado para mudar o plano.