Rui Costa exigiu eleições
Substituto de Luís Filipe Vieira tem nos seus planos apresentar-se como candidato a um ato eleitoral que será realizado antes do final do ano. Até lá, concentração na Champions
Prioridade total ao futebol, nenhuma referência a Vieira e pedido de união aos benfiquistas. Em resumo, este é o resultado da reunião de órgãos sociais, que deixa ato eleitoral prometido
Durante mais de quatro horas, debateu-se na Luz o presente e o futuro do Benfica, no qual entra, em plano de destaque, Rui Costa, não apenas pela forma como se dirigiu aos demais dirigentes, mas também porque nos seus planos pessoais enquadra-se a sua legitimação como presidente do emblema da águia, em definitivo e não como um substituto de Luís Filipe Vieira.
Aliás, e segundo O JOGO apurou, o Plenário dos Órgãos Sociais, que reuniu os elementos da Direção, Conselho Fiscal e Mesa da Assembleia Geral, arrancou precisamente com a intervenção de Rui Costa e com o imediato pedido para que houvesse consenso em torno da realização de um ato eleitoral em data a definir, de curto prazo. Esse pedido, encarado por muitos como uma exigência, surgiu de alguma forma plasmada no comunicado divulgado quatro horas após o início do encontro, agendado para as 17h00.
“O Presidente da Direção, Sr. Rui Costa, sublinhando a unanimidade de todos os vice-presidentes, informou o plenário que, finda essa missão, irá promover todas as diligências tendentes à realização de uma consulta aos sócios”, pode ler-se no documento que destaca o antigo camisola 10 como “presidente da Direção”, e no qual volta a não surgir qualquer referência a Luís Filipe Vieira. Recorde-se que, como o nosso jornal já noticiou e apesar de o advogado Magalhães e Silva afirmar o contrário, o anterior líder das águias deu o seu aval a esta estratégia, em defesa pessoal e da imagem do Benfica.
O ato eleitoral, segundo é prometido, “deverá ocorrer até ao final do corrente ano”, sendo certo que, segundo apurámos, Rui Costa tem nos seus planos apresentarse como candidato à presidência por considerar que até lá irá potenciar a sua experiência diretiva e por considerar que tem condições para garantir um apoio substancial, e dessa forma unificador, à sua volta. Isto não consta de um comunicado em que se pede união. “O plenário faz um apelo à união e ao sentido de responsabilidade de todos os benfiquistas na construção de um Benfica cada vez maior”, remata o comunicado sobre um encontro em que foi “analisada em pormenor a situação do clube e de todo do grupo Benfica, em clima de coesão e unidade”, sendo “comum a todos os intervenientes a preocupação de defender os interesses da instituição acima de quaisquer outros”.
Daí até à listagem das prioridades foi um pequeno passo, sempre com o a tecla do futebol como a mais tocada nesta sinfonia diretiva. “Ficaram unanimemente identificados os objetivos de curto prazo a que se torna imperativo dar resposta”, pode ler-se, seguindo-se vários pontos como “a preparação da época desportiva”, “a qualificação para a Champions League” e “um adequado fecho do mercado de contratações e vendas”. A “normalidade na gestão” e a preparação da “época desportiva nas diversas modalidades” não foram esquecidas, além da “conclusão, com sucesso, do empréstimo obrigacionista em curso”, que tem como objetivo um encaixe inicial de 35 milhões de euros.
A “unidade do universo benfiquista” não foi esquecida, antes de a Direção assegurar estar “seriamente empenhada em garantir que esses objetivos sejam alcançados, pelo que terá uma atuação intransigente em relação às matérias abordadas”, ficando mais uma promessa, de “trabalhar com dedicação, firmeza e sentido das responsabilidades para garantir a estabilidade e tranquilidade necessárias a fim de que as prioridades definidas sejam resolvidas com sucesso no tempo estritamente indispensável”.