SAD teme “graves consequências”
Anuncia “averiguações internas” e admite dúvidas quanto à validade do chumbo a Textor
A investigação do Ministério Público a Luís Filipe Vieira, que levou à sua saída do clube, motivou uma adenda da Benfica SAD ao prospeto do empréstimo obrigacionista que está a decorrer, com a sociedade encarnada a admitir o receio por“desenvolvimentos adversos” dos processos que envolvem Vieira. “Poderão implicar consequências graves e adversas a vários níveis, com impactos negativos na reputação e imagem do Emitente e, consequentemente, nas atividades da Benfica SAD”, esclarece, em comunicado enviado à Comissão do Mercado dos Valores Mobiliários.
De forma a “responder à instabilidade”, a sociedade revela que “manteve um contínuo diálogo nomeadamente com os seus patrocinadores” e promete “dar em breve início a um processo de averiguações internas para apurar todas as responsabilidades aplicáveis”. A investigação, a cargo do Conselho de Administração e do Conselho Fiscal, procurará analisar se existiram “conflitos entre os interesses privados ou obrigações” de Vieira e as suas “obrigações para com a Benfica SAD”.
Revelando que “são imputáveis” a John Textor os direitos de voto de 25% do capital, “embora não na qualidade de acionista”, a sociedade das águias diz que “desconhece as intenções” do investidor norte-americano. E admite ainda dúvidas quanto à possibilidade de travar a sua entrada, pois revela que “não está em condições de avaliar se lhe é aplicável” o artigo 13.º dos estatutos, que permite o veto à aquisição de mais de 2% do capital da SAD por uma “entidade concorrente”, qualificação que “poderá ser objeto de discussões e dúvidas”.