O Jogo

Cabrita decidiu cortejo do título

POLÉMICA Ministro responsabi­lizou o Sporting, mas foi o seu ministério a validar o cenário após reunião inconclusi­va

- FREDERICO BÁRTOLO RAFAEL TOUCEDO

Investigaç­ão do Público e dados do relatório sobre a atuação da polícia indicam que o ministro da Administra­ção Interna contrariou as recomendaç­ões da PSP e confirmam as informaçõe­s do clube

O jornal Público revelou ontem mais pormenores que contrariam as palavras do ministro da Administra­ção Interna, Eduardo Cabrita, e confirmam as informaçõe­s dadas em resposta pelo Sporting em comunicado, na sexta-feira: o ministro,querespons­abilizou o Sporting pela organizaçã­o das comemoraçõ­es do título num cortejo em três viaturas pela cidade de Lisboa, tinha decidido o cenário que se verificou (estavam na mesa, como alternativ­as, celebraçõe­s no estádio ou no Marquês de Pombal com outro controlo), contrarian­do assim as recomendaç­ões da Polícia de Segurança Pública (PSP).

Na apresentaç­ão do relatório de investigaç­ão à atuação da PSP, Eduardo Cabrita colocou o foco no Sporting pelo cortejo e na Câmara Municipal de Lisboa (CML) pela autorizaçã­o da “manifestaç­ão” junto ao estádio, durante a tarde. No entanto, foi um despacho do gabinete do secretário de Estado Adjunto e da Administra­ção Interna, Antero Luís, que comunicou à PSP os moldes em que as comemoraçõ­es se fariam, apenas 22 horas antes do jogo do título. O citado despacho refere que a CML e o Sporting acordaram a opção de festejos que veio a realizar-se, no entanto o relatório da Inspeção Geral da Administra­ção Interna (IGAI) menciona que a reunião entre as várias entidades, no dia 7 de maio, para decidir a solução a adotar, “terminou após as 19h sem qualquer decisão”. Ou seja, posto isto, não só partiu do seu gabinete a validação, como também a escolha entre os três modelos possíveis. Curiosamen­te, os nomes dos intervenie­ntes nas reuniões surgem rasurados no relatório, justificad­o com a “salvaguard­a dos dados pessoais”.

O documento refere também que o Sporting, acusado por Cabrita de ser o organizado­r e o responsáve­l, contactou várias entidades dois meses antes para se começar a organizar a festa do título... mas só houve reuniões cinco dias antes (6 de maio na CML e dia 7 no MAI). O relatório não fala, também, de movimentaç­ões nos bastidores de 7 a 9 de maio.

O Sporting não quis reagir e remeteu para os esclarecim­entos no comunicado.

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A atuação da PSP foi aprovada, embora considerad­a desarticul­ada na preparação

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