“Nasci para o ouro, dançarei em Paris”
“Quero ser o melhor de sempre no desporto nacional”, disse sem hesitar Jorge Fonseca, que no Budokan se repartiu em entrevistas depois do abraço a Pedro Soares – expulso segundos antes da conquista do bronze –, seu treinador nos últimos 15 anos, os de uma carreira iniciada tarde. “Foi o meu treinador que me fez acreditar”, disse o judoca dos -100 kg, que agradeceu “aos portugueses”, apesar de “não me deixarem entrar para a polícia”, e ainda dedicou a medalha “aos dirigentes da Adidas e da Puma, que me disseram não ter capacidade para os representar”.
Já bicampeão mundial, feito único de um português em disciplinas olímpicas, confessou que esteve tentado “a pegar no ouro do adversários japonês”. Aaron Wolf, nipónico descendente de americanos, prolongou a festa dos judocas da casa e Fonseca acabou por não o fazer: “Respeitei, este momento foi épico, estou feliz. Queria o ouro. Para mim, sou o melhor judoca do mundo”.
“Trabalhei imenso para essa medalha. Estou insatisfeito com a que tenho”, disse o leão, apontando já o futuro: “O próximo objetivo é Paris’2024. Não voltará a acontecer o que aconteceu aqui na semifinal”. Os jornalistas colocaram músicaa tocar e a conversa derivou para a famosa dança de Fonseca, que antes dos combates ouve “o ‘Melhor de Mim’, da Mariza, porque o melhor de mim está para chegar”. Quanto ao Budokan, que ficou sem dança, explicou: “Queria dançar pimba, mas com ouro no pescoço, tem uma graça diferente. Com bronze, a gente pode dançar uma kizomba, mas não quero kizomba, quero pimba. Vou dançar pimba em Paris”.