Recorde mundial não deu para ouro
Há muito que não se viam três equipas a nadar a mesma prova abaixo do anterior recorde do mundo
A escassez de resultados empolgantes na natação conheceu ontem duas exceções, com as provas dos 4x200 livres femininos e a final masculina dos 100 livres a elevarem o nível competitivo
Se é verdade que os Jogos não têm sido pródigos em grandes marcas, existindo mesmo uma deceção generalizada – apenas dois recordes do mundo, e ambos em estafetas, foram estabelecidos em seis dias – não é menos verdade que ontem foi exceção, com destaque para as extraordinárias finais dos 100 livres masculinos e dos 4x200 femininos.
Comecemos pelo fim, a estafeta que encerrou o dia de finais e que trouxe maiores motivos de regozijo. Bem se podem lamentar os Estados Unidos (medalhadas de prata com 7m40, 73s) e a favorita Austrália (bronze com 7m41, 29s), ambas batendo o recorde do mundo, mas não sendo isso o suficiente para arrecadar o ouro. Num acontecimento inédito desde 2010, três equipas nadaram em tempo de recorde, acabando a contenda por sorrir à China. O quarteto composto por Yang Junxuan, Zhang Yufei, Li Bingjie e Tang Muhan banalizou as adversárias e o anterior melhor tempo, terminando em 7m40, 33s, menos de um segundo do que os 7m41, 50s que pertenciam à Austrália. “Não esperávamos o ouro. Elas eram mais fortes”, disse Li Bingjie.
A prova rainha, os 100 metros livres, foi globalmente a mais exigente da história olímpica (apuramentos todos no segundo 47) e a final entusiasmou. A vitória pertenceu ao norte-americano Caeleb Dressel, com novo recorde olímpico (47,02s) e muito perto do mundial (46,91s). Obtendo o seu segundo ouro, Dressel superou o australiano Kyle Chalmers, anterior campeão.