“Não basta ter tecnologia”
Aos 70 anos e utilizador das tecnologias no treino, Manuel Cajuda não tem dúvidas
Inovação de Mourinho nos treinos? “Já tive isso na China”, atira Manuel Cajuda, referindo-se à temporada de 2017, no Sichuan Annapurna. Aos 70 anos, o treinador português garante que “só se fosse muito retrógrado é que não aproveitava as inovações tecnológicas, tudo o que beneficia o futebol deve ser utilizado. Não muda o futebol, ajuda a que o treino seja mais rentável, e se o treino for melhor, seguramente o jogo ficará melhor. Mas não basta ter tecnologia”, alerta. O técnico lembra que se deve ter em conta que o homem é sempre mais inteligente do que a máquina eé importante dar atenção a outras vertentes do jogo, como o lado psicológico e emocional dos atletas.
Assim, a tecnologia deve ser usada com moderação, tal como uma bebida alcoólica. “Se pensarmos que futebol é tecnologia ficamos bêbedos! Temos de a utilizar com o único sentido de aperfeiçoar as nossas [dos treinadores] metodologias ao longo do ano.”
O GPS nos jogadores, agora democratizado em todas as equipas profissionais (e não só), já era usado por Cajuda em 2003/04, na Madeira, quando treinou o Marítimo. “A medição da frequência cardíaca entrava diretamente no computador e tínhamos noção de estar, algumas vezes, a passar os limites dos jogadores”, confessa.
Direto, num estilo que lhe é característico, revelou mesmo que houve um momento em que estas ferramentas o ajudaram “a descodificar muito o falso cansaço que alguns jogadores dizem sentir”.
“Só se fosse muito retrógrado é que não aproveitava a tecnologia”
Manuel Cajuda Treinador