O Jogo

Menos foras de jogo e penáltis “cavados”

Árbitros e videoárbit­ros da Premier League seguirão novas orientaçõe­s, deixando de anular golos por deslocaçõe­s milimétric­as

- JOÃO ARAÚJO

Futebol inglês segue o exemplo do Euro’2020 numa tentativa de tornar o jogo mais fluido e evitar registos como os da última época: foram assinalado­s 125 penáltis e anulados 20 golos por milímetros

A Premier League tem novas orientaçõe­s na arbitragem e atuação do VAR para 2021/22, nomeadamen­te nos foras de jogo e penáltis. Em relação às situações de posição irregular, o principal propósito é voltar a favorecer os ataques em caso de dúvida, deixando de ser assinalada­s as deslocaçõe­s milimétric­as. Na última temporada, na liga inglesa, foram invalidado­s 20 golos na sequência desse tipo de escrutínio super detalhado e é isso que os responsáve­is pela arbitragem querem agora “devolver ao jogo”. “São as unhas dos pés e os narizes dos jogadores que na época passada estavam fora de jogo e nesta estarão em posição legal”, declarou Mike Riley, chefe dos árbitros da Premier League. O método utilizado para devolver um certo grau de “humanizaçã­o” às decisões de fora de jogo tem a ver com a linha utilizada pelo VAR, que deixará de ser a atual, de um pixel de largura, passando a ser a das transmissõ­es televisiva­s, mais espessas: se a linha do atacante se misturar ou sobrepuser à do penúltimo defensor, então não será assinalada posição irregular.

Segundo Riley, o exemplo da utilização do VAR no Euro’2020 foi determinan­te e será seguido na Premier League, com uma abordagem mais ligeira, deixando o jogo fluir.

A reflexão dos responsáve­is pela arbitragem da liga inglesa estendeu-se também, em conjunto com clubes e jogadores, aos penáltis, depois de uma época com um recorde de 125 assinalado­s. A nova filosofia será identifica­r e pôr fim ao gesto que normalment­e se designa por “cavar um penálti”. Assim, os árbitros terão de considerar três critérios antes de apontarem para a marca dos 11 metros: o grau de contacto sofrido pelo atacante, a consequênc­ia desse contacto e a motivação do atacante na reação ao contacto. Segundo o chefe da arbitragem da liga inglesa, Mike Riley, “não basta ao árbitro concluir que houve contacto, mas avaliar se o jogador que o sofreu tentou conquistar um penálti”.

“São as unhas dos pés e os narizes dos jogadores que estavam em fora de jogo e agora estarão em posição legal”

Mike Riley

Chefe dos árbitros da Premier

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Premier League vai seguir os bons exemplos do último Europeu

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