Fundo injeta 2700 milhões em LaLiga
Grande fatia será destinada aos clubes profissionais, que obtêm liquidez. Renovação iminente de Messi com o Barça é primeira consequência
Líder mundial no mercado dos fundos, o CVC garante 10% das operações comerciais de LaLiga, que passa a valer 24 250 M€. O acordo será sujeito à aprovação da assembleia da liga espanhola no dia 12
A liga espanhola anunciou ontem ter chegado a um acordo com o fundo internacional CVC, que investirá 2700 milhões de euros no capital de uma nova empresa para a qual passará toda a atividade de LaLiga. No imediato, isto significa que o futebol espanhol recebe uma importante injeção de liquidez, que facilitará negócios que estavam estagnados: serão 2430 milhões de euros (90% do total) que irão para os cofres dos clubes, embora com determinadas regras de aplicação das verbas - 70% será destinada a infraestruturas, 15% para refinanciar a dívida ou compensar prejuízos derivados da pandemia de covid-19 e outro tanto para o plantel.
O caso do Barcelona é paradigmático, uma vez que receberá 270 milhões de euros, dos quais poderá destinar 40,5 milhões ao plantel. Daí que esteja iminente o anúncio da renovação de Messi, que a imprensa espanhola dava ontem como praticamente fechada.
Tratando-se de um empréstimo, esta verba terá juros baixos e um prazo de 40 anos, mas o investimento do CVC terá retorno a partir de diversas áreas de atividade de LaLiga - participação de 10% no negócio comercial e benefícios futuros daí resultantes, estando a nova empresa que surge desta aliança avaliada em 24 250 milhões de euros.
O CVC é um fundo internacional que opera em múltiplos setores económicos, tendo, por exemplo, há dias comprado à Sonae quase 25% da empresa dona dos hipermercados Continente por 528 milhões de euros. Mas também já foi acionista da Fórmula 1 (posição que cedeu ao Grupo Liberty) e do MotoGP, tendo estado a negociar com a liga italiana no final de 2020 um acordo semelhante a este alcançado com a espanhola, no valor de 1700 milhões de euros. O negócio falhou devido à dissidência de um grupo de clubes, liderados pela Juventus, o que levou a acusações de traição a Andrea Agnelli, presidente dos “bianconeri”, por parte do líder do Torino, Urbano Cairo, por exemplo, no auge da crise da SuperLiga. A Juve é um dos resistentes, recorde-se, a par de Barcelona e Real Madrid, que, caso o acordo do CVC com LaLiga seja aprovado na assembleia de clubes do próximo dia 12, terá 182 milhões para amortizar o custo das obras no Santiago Bernabéu ou 39 milhões para reforços.