O Jogo

Marque e Tavira dominam na Torre

Veterano cumpriu sonho e equipa algarvia ficou com os dois primeiros lugares da geral

- CARLOS FLÓRIDO

Palmarés: das seis vitórias internacio­nais de Marque, quatro são na Grandíssim­a

Ataques da W52-FC Porto e respostas da Efapel permitiram o golpe duplo dos veteranos da Atum General-Tavira na chegada mais difícil. Destronar Marque e Gustavo Veloso poderá não ser simples

Já poucos o recordam, mas antes dos anos vitoriosos da W 52- FC Porto foi o Tavira a dominara Volta a Portugal, existindo apenas um ano de intervalo entre essas duas eras, o da vitória de David Blanco pela Efapel. E a atual fase iniciou-se em 2013, com o triunfo de Alejandro Marque, na primeira vez em que o temido contrarrel­ogista galego conseguiu chegar com os primeiros ao alto da Torre, onde ganhou o seu colega Gustavo Veloso. Ontem a história pareceu ter andado par atrás. Marque, agora com 39 anos, terminou um jejum de vitórias que durava desde 2018 e vestiu de amarelo; Veloso, que já conta 41 primaveras, herdou o segundo lugar depois de penalizaçõ­es a Mauricio Moreira e Abner Gonzalez, que foram segundo e terceiro na etapa. Os dois veteranos, que brilharam pela então OFM, atual W52-FC Porto, estão agora no Atum General-Tavira.

“Ganhe ele ou eu, estando a camisola na equipa é muito importante. Ele ter a camisola é como se tivesse ganho eu. É um dia especial para o Tavira e a Galiza”, disse Veloso na Torre, achando que o mais importante, na subida mais difícil, “era não perder a Volta” e que esta ainda tem muito para decidir. É um facto, mas o outro, histórico, diz que a grande dificuldad­e dos dois galegos sempre foi a escalada da Serra da Estrela. “Sobreviven­do” a esse teste, são ambos candidatos ao triunfo final.

O êxito do Tavira, que com a contrataçã­o de Veloso passou a ser candidato à conquista da corrida, deveu-se em grande parte à estratégia das duas equipas mais fortes.AW52-FC Porto, tendo avisado que seria a estrada a escolher entre os seus três líderes – Amaro Antunes, João Rodrigues e Jóni Brandão –, trocou o habitual ritmo demolidor pelos ataques do trio. Depois de uma fase em que Ricardo Vilela marcou o ritmo, Amaro Antunes fez o primeiro de cinco ataques; Jóni Brandão faria a seguir a primeira de cinco tentativas de fuga; e seguiu-se João Rodrigues, que atacou pelo menos três vezes.

A Efapel respondeu sempre, com Frederico Figueiredo a marcar Brandão, enquanto Mauricio Moreira, impression­ante, respondia aos dois algarvios da W52. Tendo António Carvalho, líder da equipa, em visíveis dificuldad­es, a Efapel optou sempre pela defesa, pois entre os esticões o grupo da dianteira ia abrandando. Marque, que descolara logo de entrada, aproveitou um dos momentos de indecisão para recuperar,chegouamar­carum ritmo suave para ajudar Veloso e optou depois por uma ofensiva sem resposta. De passada certa serra acima, o experiente galego acabou por ultrapassa­r o melhor dos fugitivos do dia, Luís Gomes (Kelly-SimoldesUD­O), e seguir no mesmo ritmo para a conquista da montanha que sempre o atemorizou, numa carreira de 18 anos nas estradas portuguesa­s.

Agora, W52-FC Porto e Efapel terão de atacar, tendo mais quatro chegadas em alto para tentar desalojar os dois contrarrel­ogistas dos algarvios. Será suficiente? Eles acham que sim. “Fez-se a seleção dos que vão discutir a Volta. Já se previa, não foi um dia mau”, sentenciou Rúben Pereira, diretor-desportivo da Efapel.

“Era só ataques e vai ser assim o resto da Volta. O importante é que esta vitória já ninguém nos tira”

Gustavo Veloso

Atum General-Tavira-Maria Nova H.

“Foi um bom dia. Não se pode dizer que foi difícil”

Rúben Pereira

Diretor desportivo da Efapel

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