O Jogo

MULHERES FORAM AS VENCEDORAS

Tóquio acolheu a edição mais equilibrad­a de sempre, mas, em termos competitiv­os, o domínio feminino foi avassalado­r

- CATARINA DOMINGOS

ALLYSON FELIX E SYDNEY MCLAUGHLIN AJUDARAM OS EUA A CONQUISTAR O OURO NA ESTAFETA

4X400 “É uma honra poder correr com estas mulheres. Elas são uma inspiração”

Sydney McLaughlin

Ouro em 4x400 femininos

Allyson Felix, Sydney McLaughlin, Lisa Carrington, Emma McKeon ou Katie Ledecky foram algumas das heroínas de uns Jogos em que, no top 10 individual de medalhas, só há dois homens!

Proclamado­s como os mais equilibrad­os da história, com 49 por cento dos 11 mil atletas a serem mulheres, havendo um porta-estandarte de cada género nas cerimónias e mais nove eventos mistos em relação ao Rio’2016 (total de 18 agora), os Jogos de Tóquio foram mais além e podem ser recordados pelo domínio feminino na hora de escolher as principais figuras. No top 10 individual de medalhas há oito mulheres e entre elas só os nadadores Caeleb Dressel e Duncan Scott se conseguira­m intrometer.

Após a era de Michael Phelps e Usain Bolt, e sem Simone Biles a cem por cento, outros nomes estiveram à altura para ficarem eternizado­s. Abdicando de lutar pelo recorde de seis ouros numa só edição por questões de saúde mental – conquistou uma prata e um bronze nas provas que fez –, a ginasta norte-americana foi “rendida” pela compatriot­a Sunisa Lee, de 18 anos e que sai do Japão com três pódios (ouro no all-around, prata por equipas e bronze nas paralelas assimétric­as).

Os Estados Unidos tiveram sempre dificuldad­es em impôr-se no medalheiro, mas não foi por Allyson Felix nem por Sydney McLaughlin. As duas, com Dalilah Muhammad e Athing Mu, conquistar­am o ouro na estafeta 4x400 para coroar campanhas extraordin­árias: Felix chegou à 11.ª medalha em Jogos Olímpicos, reforçando o estatuto de mulher mais medalhada da história e estando, a nível geral, apenas atrás de Paavo Nurmi, depois de ter superado Carl Lewis; McLaughlin já tinhas idocampeãn­os400barre iras, em 51,46 segundos, retirando quase meio segundo o anterior máximomund­ial, que lhe pertencia (51,90 em junho).

Na natação, Katie Ledecky também chegou à dezena de pódios olímpicos, juntando ao currículo mais dois ouros (800 e 1500 livres) e duas pratas (400 livres e 4x200 livres), sendo de longe a mulher mais medalhada da natação. Mas esta edição teve a australian­a Emma McKeon no centro das atenções, com quatro ouros (50, 100 livres, estafeta 4x100 livres e 4x100 estilos) e três bronzes (100 mariposa, 4x200 livres e 4x100 livres mistos). Na canoagem, Lisa Carrington fez o “tri” em K1 200 e ainda triunfou em K2 500 e K1 500, sendo a olímpica neozelande­sa mais bem-sucedida de sempre. No final, usou o trocadilho “GOAT in a boat” (“Melhor de sempre num barco”).

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